Mulher negra e periférica, nascida na Ceilândia, no Distrito Federal, a judoca Ketleyn Quadros foi um dos rostos do Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio, na última sexta-feira (23). Ao lado de Bruninho, capitão da equipe masculina de vôlei, Quadros foi a porta-bandeira e representante da delegação brasileira no evento, que nesta edição restringiu a participação dos atletas devido à pandemia.
"Que Honra a oportunidade de viver essa experiência com vocês!!! A felicidade em representar cada [atleta brasileiro] é indescritível", escreveu a judoca em suas redes sociais.
A escolha entre mais de 300 atletas brasileiros não foi por acaso. Ketleyn Quadros entrou para a história como a primeira mulher do país a conquistar uma medalha em provas individuais em uma edição dos Jogos, a de 2008, em Pequim, na China. Na ocasião, ela faturou o bronze. Além disso, o judô é o esporte que mais dá mais pódios para o Brasil em Olimpíadas. São 23 medalhas conquistadas até agora, com 4 ouros, 3 pratas e 16 bronzes.
Ketleyn Quadros conheceu o judô ainda na infância, em sua cidade natal. Filha de cabeleireiros, ela deu seus primeiros passos na modalidade no Distrito Federal, onde compôs a seleção local. A atleta fez história em Pequim, mas acabou ficando de fora das duas edições seguintes das Olimpíadas, em Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016). De volta ao tatame olímpico, na categoria até 63 quilos, o plano, claro, é novamente subir ao pódio.
A judoca estreia na competição nesta segunda-feira (26), às 23 horas. Se avançar para as finais, a disputa ocorre na madrugada de terça (27), a partir das 5 horas.
Edição: Flávia Quirino