O Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos do Distrito Federal está com chamada aberta para educadoras e educadores voluntários para o projeto Direito de Estudar, que inicia neste sábado (18) no Sol Nascente, Trecho 2 e 3.
O projeto contará com cursinho popular de educação com oferta de aulas de reforço para jovens e adultos que vão participar do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2022 e também reforço comunitário para crianças que têm tido dificuldades educacionais e necessitam de um local com apoio ao estudo.
As atividades do projeto serão desenvolvidas nos Trechos 2 e 3 do Sol Nascente. No Trecho 2 as pessoas que se cadastrarem como voluntárias vão atuar com reforço escolar para crianças e adolescente. Já no Trecho 3, a atuação é direcionada para a preparação de jovens e adultos, em sua maioria mulheres e negras, para a prova do ENCCEJA.
Para a turma de reforço escolar já existem 17 crianças inscritas, que cursam do 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental. Na turma de jovens e adultos, 14 mulheres estão inscritas para preparação ao Encceja 2022, que permite que pessoas que não concluíram o ensino fundamental e médio tenham acesso ao diploma de conclusão a partir de uma prova anual, aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
“Sabemos que esses dois esforços são fundamentais e também sabemos que nossas pernas são curtas, por isso contamos com a ação solidária e voluntária de pessoas que se disponham a ajudar. Pode ser um dia na semana a cada quinze dias. Pode ser uma vez na semana. Não importa. Toda ajuda é muito importante”, destaca o coordenador do MTD DF, Tobias Pereira.
De acordo com o coordenador do MTD, o projeto nasce a partir dos trabalhos de solidariedade que o movimento tem desenvolvido na região, principalmente nesse período de pandemia. “Um dos problemas mais frequentes que chega até nós nesse momento está relacionado à educação, em dois sentidos. O problema educacional enfrentado pelas crianças, adolescentes e jovens, principalmente pelo impacto da pandemia. E, por outro lado, o problema educacional das pessoas adultas, que não conseguiram terminar os seus estudos e querem voltar a estudar”.
Segundo ele, a falta de acesso à educação ou mesmo as condições para voltar a estudar afetam as condições materiais de vida da comunidade, principalmente quando relacionado às questões de emprego ou cursos de capacitação.
“O Sol Nascente é a maior periferia do Distrito Federal e, como toda periferia, é ali onde moram as pessoas trabalhadoras que fazem a cidade real acontecer. Trabalhadoras e trabalhadores de diversos setores, que apesar do suor diário, ainda têm diversos direitos negados, como postos de saúde perto de casa, número de escolas suficientes para atender a demanda, trabalho com segurança, moradia digna, acesso a lazer, cultura etc.”, aponta Tobias.
Escolaridade
De acordo com dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018, divulgada pela Codeplan em 2019, 36,3% da população com 25 anos ou mais que reside no Pôr do Sol e Sol Nascente tem apenas o ensino fundamental incompleto. Outra parcela da população local, 34,1% tem o ensino médio completo. Apenas 9% da população destes dois setores tem ensino superior completo.
Cadastro de voluntários
Embora o projeto já inicie neste sábado, as pessoas interessadas em participar como voluntárias podem se inscrever para as turmas de Reforço Escolar e Educação de Jovens e Adultos.
Edição: Márcia Silva