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Por que Fora Bolsonaro?

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Nove motivos para participar do ato Fora Bolsonaro, dia 2 de outubro - Foto: Ricardo Stuckert
19 milhões de brasileiros e brasileiras estão passando fome

Porque quase 600 mil pessoas morreram vítimas do negacionismo da ciência e de todas as medidas de segurança sanitária recomendadas pela OMS, e pelos interesses corruptos de ministros, apadrinhados e aliados de Bolsonaro para a compra de vacinas, e porque, apesar dessa tragédia, ele continua atrasando compra e entrega de vacinas, estimulando e promovendo aglomerações, propagando fake news para consumo de medicamentos cientificamente ineficazes contra a covid-19, para favorecer empresas comprovadamente corruptoras.

Porque 19 milhões de brasileiros e brasileiras estão passando fome, e não há um só programa de governo cumprindo o dever de Estado de assegurar o constitucional direito da população à alimentação, enquanto ruralistas e grileiros, em troca de apoio violento e antidemocrático ao governo Bolsonaro, são contemplados com incentivos e favores que, tratorando a Constituição Federal, só fazem aumentar seus lucros.

Porque 14,4 milhões de brasileiros e brasileiras estão desempregados, outros milhões estão reféns de todos os abusos e riscos da informalidade e os que estão empregados, seja na iniciativa privada, seja no serviço público, sofrem seguidas usurpações de direitos trabalhistas duramente conquistados e assistidos por leis.

Porque, com a PEC 32/2020, o governo Bolsonaro pretende consumar a reforma administrativa que, numa tacada só, irá destruir o Estado, entregando a prestação do serviço público de mão beijada para a iniciativa privada, retirando ainda mais direitos trabalhistas (fim das férias com mais de 30 dias, fim da licença-prêmio, redução de 25% dos salários, entre outros) de servidores e servidoras públicos, bem como retirando o direito constitucional da população à saúde e à educação públicas, gratuitas e de qualidade.

::A luta, agora, é derrubar a PEC 32 no Plenário::

Porque, com a cumplicidade de seus aliados na Câmara dos Deputados, seu preconceito e seu ódio aos povos originários são saciados com ataques, de novo, à Constituição Federal, para transformar terras indígenas em mais uma fonte de exploração do agronegócio e de garimpos ilegais.

Porque não satisfeito em destruir direitos trabalhistas, civis e humanos, Bolsonaro é destruidor também do meio ambiente, cúmplice, por omissão institucional, de queimadas e desmatamentos criminosos que promovem um genocídio da fauna e da flora de variados ecossistemas.

Porque a inflação não para de crescer, elevando o custo da cesta básica, do gás, dos combustíveis e, graças à falta de planejamento hídrico, da energia elétrica. Inflação mais alta aumenta os juros, que, somados a uma política fiscal satisfatória somente para os mais ricos, tem levado pequenas e médias empresas a fecharem as portas, aumentando o desemprego, diminuindo renda e consumo, corroendo a economia.

Porque Bolsonaro investe na flexibilização do controle de armas e precariza as políticas de segurança pública. Com isso, aumentou o número de armas de fogo em circulação e, logo, de homicídios em todo o país.

Educação

Governantes como Bolsonaro são eleitos e defendidos pela ignorância, logo, natural que o Ministério da Educação seja o mais precarizado desde o início da sua gestão, ocupado por três ministros, cada um pior do que o outro, técnica e politicamente, e o resultado disso se traduz, dentre outros, nos seguintes prejuízos para a educação:

- Menor orçamento. Em 2020, redução dos já míseros 6% para 5,2% do orçamento destinado pelo governo, atingindo, inclusive, a educação básica, que este mesmo governo sempre definiu como “prioritária”. O déficit foi da ordem de R$ 3 bilhões;

- A meta do Plano Nacional de Educação era de ter 25% das matrículas da educação básica em tempo integral até 2024. Em 2015, caiu para 18%, em 2020, para 13%;

- Nas Instituições de Ensino Superior não foi diferente: em 2018, último ano do governo Temer, a destinação orçamentária para o setor foi de R$ 35,2 bilhões. Em 2020, o governo Bolsonaro destinou R$ 33,8 bilhões. Com essa redução, as 69 universidades federais do país estão com o seu funcionamento em risco;

- O Enem teve o menor número de inscritos desde 2005.

Por tudo isso e muito, muito mais de criminoso e atrasado, a ADUnB, no próximo sábado (02), às 15h30, no Museu Nacional, estará exigindo: #ForaBolsonaro !

*Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB - S. SInd. do ANDES-SN)

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

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Edição: Flávia Quirino