A circulação dos trens do metrô no Distrito Federal foi normalizada nesta terça-feira (26), após o fim da greve da categoria. Por decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), ocorrida na tarde de segunda-feira (25), foram mantidos os benefícios reivindicados pelos trabalhadores, como vale-alimentação, auxílio-transporte e plano de saúde.
Com a decisão, a paralisação foi suspensa. Horas mais tarde, em assembleia, os trabalhadores ratificaram a decisão de pôr fim à greve, que começou no dia 23 de abril e durou seis meses. Até então, o metrô estava funcionando com até 80% da capacidade nos horários de pico e 60% nos demais horários.
O Metrô-DF tem 29 estações, das quais 27 estão em atividade. A frota atual é de 32 trens, mas funcionam, em dias normais, apenas 24, por causa de diversos fatores – entre eles, a limitação energética. Com a greve, só 19 trens estavam operando em dias úteis, nos horários de pico. O número ficava ainda menor em fins de semana e feriados.
Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (SindiMetrô-DF) comemorou a decisão do TRT, e considerou que o Governo do Distrito Federal (GDF) e a direção da empresa são os principais responsáveis pela demora na resolução.
“Ficou claro que a empresa Metrô-DF e o governador não têm a menor preocupação com os transtornos causados pelo movimento paredista, pois toda tentativa da categoria era unicamente de manter os seus direitos e de serem cumpridas as decisões judiciais por parte da empresa. A política adotada pelo Metrô foi de retirar direitos, agindo contra trabalhadores e suas famílias”.
Já a direção do Metrô-DF disse que aguardará “a publicação do acórdão [do TRT-10] para tomar as medidas judiciais cabíveis”. Agora, empresa e trabalhadores deverão negociar a compensação dos dias parados ao longo da greve.
O Metrô-DF possui um malha ferroviária de mais de 42 quilômetros (km), com 29 estações, sendo 27 estão em funcionamento. Apesar de possuir uma frota de 32 apenas 24 circulam de forma simultânea, por causa da defasagem no sistema de eletrificação dos trilhos.
Sucateamento e privatização
A empresa pública sofre com um longo processo de precarização e vive atualmente uma ameaça de privatização. Desde o ano passado, o governador Ibaneis Rocha tenta vender a companhia, mesmo depois de sua promessa de campanha de que não privatizaria as estatais do DF.
O processo se encontra no primeiro estágio de fiscalização, que abrange a fase de planejamento, anterior à publicação do edital. Nessa etapa, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) analisa a modelagem técnica, operacional, jurídica e econômico-financeira do empreendimento, que tem um valor estimado em R$ 1,4 bilhão no leilão por uma concessão válida durante 30 anos.
Na primeira avaliação técnica do Tribunal, foram apontadas dezenas de inconsistências, incluindo possibilidade sobrepreço e de desperdício de dinheiro público com a parceria.
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Edição: Flávia Quirino