A partir da próxima quarta-feira, dia 3 de novembro, a população do Distrito Federal não precisa mais usar máscaras cobrindo boca e nariz em ambientes ao ar livre. A medida sanitária estava em vigor desde o ano passado para conter a disseminação da covid-19.
O decreto 42.656, de 26 de outubro de 2021, editado pelo governador Ibaneis Rocha (MMDB), dá nova redação a decretos anteriores que disciplinavam as medidas de distanciamento como forma de combate à pandemia na capital do país. A exigência de máscara fica valendo apenas para locais fechados.
“Fica determinada a obrigatoriedade da utilização de máscaras de proteção facial, conforme orientações da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, em todos os espaços públicos fechados, equipamentos de transporte público coletivo, estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços e nas áreas de uso comum dos condomínios residenciais e comerciais, no âmbito do Distrito Federal”, diz o novo texto.
Até então, o não uso da máscara poderiam acarretar multas entre R$ 2 mil a R$ 4 mil. Em balanço de junho deste ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) informou que mais de 500 pessoas haviam sido multadas no DF por não estarem usando máscara desde o início da pandemia.
Cerca de 2 mil estabelecimentos comerciais também foram multados por descumprirem regras sanitárias ao longo do mesmo período.
O médico infectologista Julival Ribeiro, doutor em doenças tropicais pela Universidade de Brasília (UnB) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), recomenda que a população tenha atenção com a nova regra.
"Em espaços abertos públicos e ventilados, não há necessidade de se estar fazendo uso de máscara, mas desde que não haja aglomeração", alerta.
Momento ideal
Para ele, o momento ideal de flexibilizar esse tipo de regra seria quando 80% a 85% da população total do DF estivesse completamente imunizada. Atualmente, esse número está em 54%, considerando toda a população. Já em relação à população vacinável, de 12 anos ou mais, o percentual de imunização completa atualmente é de 63,9%.
Na última quinta-feira (28), durante entrevista coletiva, a Secretaria de Saúde do DF disse esperar que a população siga respeitando o distanciamento social ao ar livre, e que a flexibilização será monitorada.
"Ao dizer que está suspenso temporariamente o uso de máscaras em ambientes abertos, a gente há de se considerar a visão do distanciamento, entre uma pessoa e outra. E essa visão, ela é tomada da seguinte forma: a gente vai poder ter a oportunidade de entender a evolução do vírus, se isso vai ocorrer, através de nossa taxa de transmissão, que é a Rt", afirmou Divino Valeo, subsecretário de Vigilância à Saúde da pasta.
Ele ponderou, no entanto, que se houver uma piora nos números da pandemia, a exigência de uso de máscara em locais abertos poderá ser retomada. "Na medida que se eu tiver uma aumento de transmissão, nada impede que a gente volte a adotar essa prática".
Dose de reforço
A Secretaria de Saúde também anunciou, durante a coletiva, mudança na regra de aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 em idosos com 60 anos ou mais e profissionais de saúde que completaram o ciclo vacinal há pelo menos seis meses. A imunização adicional foi aplicada em 108.866 pessoas. Outras 85 mil pessoas também estão aptas a tomar a dose de reforço.
Até então, a aplicação só estava sendo feita em quem tinha tomado a segunda dose (ou dose única) até o dia 21 de abril, o que gerava confusão em alguns postos. Essa data de referência não será mais observada, apenas o intervalo de seis meses.
Segunda dose
Outra informação divulgada é de que cerca 400 mil moradores do DF já estão aptos a serem vacinados com a segunda dose. Isso ocorre porque o intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas Pfizer-BioNTech e AstraZeneca passou a ser de oito semanas (56 dias).
“Este é um apelo que a gente faz, que as pessoas possam verificar o seu cartão de vacina e fazer o cálculo. Se você já tomou a vacina há pelo menos dois meses, está apto a tomar a segunda dose”, afirmou o diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Fabiano dos Anjos.
Para quem tomou a primeira dose do imunizante Coronavac, está mantido o período de até 28 dias para a segunda dose.
Em relação aos adolescentes, na faixa etária de 12 a 17 anos, são cerca de 60 mil que ainda não tomaram a primeira dose. Até o momento, segundo o balanço divulgado, 77,73% desses jovens já tomaram a primeira dose e devem concluir a imunização até o fim do ano.
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Edição: Flávia Quirino