Dandara é nome que ecoa, junto com Tereza de Benguela, Luísa Mahin, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro.
No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a luta do povo preto é lembrada na figura de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil.
Uma luta que teve também como líder a guerreira Dandara dos Palmares, que assim como Zumbi lutou bravamente pela liberdade de seu povo, mas é vítima da invisibilização da mulher negra.
Os poucos registros historiográficos que comprovam a existência de Dandara mostram que ela era uma brava guerreira negra que dominava técnicas de capoeira, lutava ao lado de homens e mulheres, plantava e não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos.
A líder quilombola foi também companheira de Zumbi e mãe de três filhos. Combatente, Dandara preferiu tirar a própria vida a voltar à condição de escrava.
A guerrilheira que faz parte da nossa história foi vítima do machismo e racismo de sua época, e segue assim sendo quando tem seu nome abafado para ocultar sua heroica participação contra o sistema escravocrata do século XVII.
Mas Dandara vive, e seu nome sopra como o vento, que se faz auspicioso, com golpes valentes, seguro de que nenhuma espada o cortará.
Dandara continua a inspirar meninas e mulheres negras, já que a luta do povo preto continua atual e imprescindível.
Dandara é nome que ecoa, junto com Tereza de Benguela, Luísa Mahin, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Carolina de Jesus e tantas outras que se fazem resistência.
Todas nós, mulheres negras, que ousamos existir e insistir na quebra dos grilhões sociais, somos um pouco de Dandara.
Que possamos sempre lembrar disso, neste 20 de novembro e em todos os dias de nossa vida, para que nunca mais sejamos invisibilizadas.
Lembremos sempre de Zumbi, mas não nos esqueçamos de Dandara.
*Samantha Nascimento Sousa é bancária e secretária de Combate ao Racismo da CUT-DF
** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
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Edição: Márcia Silva