No Distrito Federal, o ato Fora Bolsonaro, convocado pela Convergência Negra, Coalizão Negra por Direitos e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, foi tomado por palavras de ordem contra o racismo e o fascismo instituído pelo bolsonarismo no país.
Com o lema “Fora Bolsonaro Racista", a manifestação realizada, no sábado (20), em frente ao Museu Nacional da República reuniu representantes de centrais sindicais, partidos políticos, movimentos da juventude, artistas, além de diversas organizações dos movimentos sociais negros, que denunciaram a política excludente, racista e genocida de Jair Bolsonaro.
A deputada Federal Erika Kokay (PT-DF), disse que em todos os cantos do país a população estava lembrando a imortalidade de Zumbi dos Palmares. “Nós estamos aqui em nome da liberdade, em nome dos direitos, em nome da democracia, nós estamos aqui pra dizer que o grito de Zumbi dos Palmares é o grito de Fora Bolsonaro”.
Kokay afirmou que a necropolítica alicerçada pela atual gestão “é mais intensa para determinados corpos”, disse.
“Este povo é filho de Zumbi, de Dandara. Moço, esse povo é filho de Marielle Franco. E nós vamos caminhando e quebrando todas essas correntes”, declarou a deputada.
Diego Damasceno, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos e Empresas Públicas Municipais de Valparaíso de Goiás – SINDSEPEM/VAL, ressaltou que a política econômica implementada por Jair Bolsonaro tem prejudicado a vida de todos os trabalhadores, impactando especialmente a população negra. Para ele, “tirar Bolsonaro [da presidência] é o caminho pra gente acabar com esses retrocessos”.
Para a representante do coletivo Mulheres Negras Baobás, Cecília Luli, “o saldo que esse governo racista, misógino, LGBTfóbico e genocida tem deixado ao país são 13 milhões de desempregados."
Carina Marques, da Rede Nacional de Mulheres Negras de Combate a Violência, frisou que “esse desgoverno” tem intensificado o desmonte das políticas públicas “retrocedendo cada dias mais com os direitos da população”. Ela disse que a atividade é um convite para a reflexão e combate à política de indigência aplicada pela gestão Bolsonaro.
No ato de luta, a representante do coletivo feminista anticapitalista e antirracista Juntas, Carol Vilar, pontuou que diante de tantos ataques à população, “não basta derrubar Bolsonaro, mas o seu projeto político que representa a morte, a miséria, a fome. É por isso que não podemos sair das ruas”, defendeu. Para ela, a política genocida de Bolsonaro tem “como alvo os corpos negros”.
“Todo terreiro é um quilombo e todo quilombo é resistência”, disse a yalorixá Mãe Baiana de Oyá, que pediu unidade aos participantes para garantir a retirada do presidente “que está no poder querendo pisar nas nossas cabeças”. Ela declarou ainda que “o nosso povo precisa de respeito”.
Para o deputado distrital Fábio Félix (PSol), “todo o projeto do governo é um projeto absolutamente racista”. Félix lembrou de projetos apresentados pelo Executivo que colocam em risco a prestação de serviços públicos à sociedade e que impactam a classe trabalhadora com restrição e retirada de direitos.
“A PEC 32, que quer acabar com o serviço público e transformá-lo em cabide de empregos, vai também desempregar as mulheres e homens negros desse país”, disse o deputado.
Ele evidenciou que a luta dos brasileiros “é contra o governo federal, mas também contra o governo do Distrito Federal”.
“O GDF aplica uma política muito parecida, negando voz ao povo negro, não ajudando no avanço de políticas públicas de promoção da igualdade racial, por isso é necessário lembrar desse governo aliado de Bolsonaro”, finalizou.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::
Edição: Márcia Silva