O Coletivo Perifa Brechó surgiu em novembro de 2020 com a missão de fortalecer mulheres e o empreendedorismo periférico. Através de eventos mensais, mais de 100 brechós já expuseram na feira. Criado e gerido por seis mulheres, o Perifa organiza oficinas, bate papos e cursos especializados na área de brechó.
Em sua 13º edição, com entrada gratuita e preços acessíveis, o encontro sai pela primeira vez de Ceilândia e no dia 11 de dezembro, a partir das 14 horas, acontece no espaço multicultural Mais Flor, na Praça do Bicalho, em Taguatinga Norte. São esperados cerca de 25 expositores, de diversas Regiões Administrativas.
Kellen Vieira, uma das fundadoras do Coletivo, conta que o primeiro evento foi realizado com a participação de seis “brecholeiras” no espaço do Jovem de Expressão, na Ceilândia, e “deu muito certo”, com isso, decidiram estruturar o projeto e promover encontros mensais.
“Todos os expositores são pessoas da periferia. Apesar da gente não restringir, a maioria são mulheres e muitas são mães solo”, relata. Vieira comenta que está animada com a nova edição e diz que um dos objetivos “é viajar pelas Regiões Administrativas e movimentar a economia local”, com foco no fortalecimento e ampliação do empreendedorismo nas periferias e na sustentabilidade.
Para ela, a cultura do brechó é mais popular nas periferias. “Todo mundo já usou a roupa de um primo, de um irmão mais velho. A cultura de ressignificar roupas e usar é muito presente dentro das periferias”, destaca.
Economia sustentável
“Hoje, o Brasil é um dos países que mais produzem lixo têxtil no mundo. A gente vive uma cultura do fast fashion onde as pessoas consomem roupas por estação e que demoram, às vezes, duzentos anos para se decompor, como é o caso do poliéster” explica Kellen Vieira.
De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o Brasil ocupa a quarta posição entre os maiores produtores mundiais de artigos de vestuário e a quinta posição entre os maiores produtores de manufaturas têxteis.
A brecholeira aponta também os impactos provocados ao meio ambiente ainda na fabricação das de roupas e demais vestuários. “Tem a questão do algodão transgênico que traz o problema do uso do agrotóxico, do uso exagerado da água. E a gente está vendo que a água é um recurso importante que não pode gastar dessa forma”, diz.
“Então, pensar em brechó e moda sustentável é pensar no nosso futuro enquanto humanidade. Consumir de forma consciente, reaproveitando roupas que já estão aí”, conclui Vieira.
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Edição: Flávia Quirino