Distrito Federal

Privatização

Artigo | O que podemos comemorar com o 1º ano de privatização da CEB?

Ibaneis Rocha se empenhou pessoalmente na tarefa de entregar a subsidiária ao mercado.

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Governador Ibaneis Rocha e gestores da Neoenergia durante assinatura do contrato - Foto Renato Alves/Agência Brasília

Há um ano, em leilão realizado na B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), era privatizada a CEB Distribuição S.A, subsidiária estatal responsável pelo abastecimento de energia elétrica no Distrito Federal.

Precedida da narrativa de desconstrução utilizada em qualquer processo de privatização, a venda ilegal da CEB ocorreu sob forte resistência dos eletricitários do DF e de segmentos da sociedade, preocupados com as consequências dessa medida para a qualidade dos serviços e, sobretudo, para o preço da energia elétrica na capital do país.

Não faltavam exemplos, à época, de que a privatização da CEB poderia provocar no DF as mesmas precariedades no atendimento experimentadas pelos consumidores de Goiás, Amapá, Acre, Mato Grosso, Pará e de outros estados.

À revelia desse contexto, o governador Ibaneis Rocha, que havia prometido em campanha eleitoral não privatizar a CEB e fortalecer as estatais do DF, se empenhou pessoalmente na tarefa de entregar a subsidiária ao mercado, mobilizando sua base na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), convencendo empresários, acionando a mídia local e fazendo gestão junto ao Tribunal de Contas e judiciário.

Até o Ministério Público, que agora vem questionando o atendimento da Neoenergia Brasília, não ouviu os que resistiram àquela vergonhosa desfaçatez com o patrimônio e interesse público.

:: Piora no atendimento e queda constante de energia mostram fracasso da privatização da CEB ::

Após um ano do fatídico leilão e confirmados todos os riscos e mazelas apontadas pelos eletricitários, a população do DF nada tem a comemorar com essa privatização. Ao contrário, só tem a lamentar.

*João Carlos Dias Ferreira é graduado em Direito na Universidade Católica de Brasília e, atualmente, é diretor de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas do Sindicato dos Urbanitários do DF (STIU-DF).

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato - DF.

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Edição: Flávia Quirino