Não dá mais para negar, energia é um tema estratégico à soberania do nosso país.
Sabemos que tratar da questão energética não é simples. Primeiro, porque esse não é um tema fácil de lidar e segundo, ele atravessa vários temas nacionais e internacionais e por fim, é um tema bastante técnico e dominado, em sua maioria, por homens, o que dificulta muitas vezes a transferência desse conhecimento e a participação do povo acontece somente na hora de pagar a conta.
A dificuldade é percebida até mesmo na esquerda, talvez por não se perceber a relevância do tema, ou não se sentirem aptos e por dentro do assunto, renegam. Porém essa resistência vem mudando e isso é reflexo do acirramento da conjuntura no setor e das privatizações, implicando na precarização dos serviços e na alta dos preços das mercadorias de base energética: energia, gás de cozinha e gasolina.
E a esquerda?!
Tem colocado o assunto nas rodas, debates e na defesa da política nacional?
- Tarefa para ontem!
O assunto é grave e caro, e não somente no sentido econômico da palavra, tendendo a pesar mais ainda no bolso no próximo período, mas caríssimo, no sentido da importância do tema porque está direta e indiretamente relacionado com vida, trabalho e nossa saúde, ou seja, interfere no desenvolvimento da cidade e do campo.
Sem energia, ou com ela, a preços cada vez mais elevados, a produção no campo e cidade aumenta, extrapolando os preços para quem produz (camponeses e pequenas/médias indústrias) e para quem consome.
A qualidade de vida piora, interfere na saúde, como acompanhamos bem durante o decorrer da pandemia e os vários apagões.
A privatização de setores básicos, como saneamento, refino de petróleo e distribuição de água e energia comandados por governos liberais e fascistas (federal e estaduais) pode ser como um deus do antigo testamento: Um grande castigador!
Aquele que dá e tira, de acordo com os seus interesses ou de seus apoiadores.
Sabemos que para a esquerda, o debate eleitoral não é o fim, ou não deveria ser, mas a próxima corrida eleitoral, pode ser crucial para barrar esse processo fraudulento em curso com as privatizações.
No MAB, alguns companheiros dizem que “não é difícil entender a questão energética, o difícil é acreditar”, tamanho o grau da perversidade em que o tema está envolvido. Deste modo, convido o leitor a acompanhar a próxima parte do texto a qual refletimos sobre as 10 constatações acerca da questão energética, que nos permite compreender o tamanho do desafio que temos á frente.
* Adriana Dantas é educadora popular, militante do MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens, atualmente contribui no Distrito Federal.
**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato DF.
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Edição: Márcia Silva