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PARTE 2 | 2022: Vamos lá fazer o que será

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Um povo que já encontrou muitas razões para sorrir em um passado não tão distante, deve reivindicar o protagonismo da própria vida no futuro. - Arquivo Sinpro-DF
Não basta esperar que tudo melhore. É preciso agir, ir atrás. É preciso teimar e não desistir. 

Conformar-se é muito pouco para um povo que tem a coragem de sonhar. A gente precisa se indignar, porque a história não pára no que foi; a história também se faz no que será. E é por isso que a gente precisa esperançar.

Esperançar é diferente de ter esperança do verbo “esperar”. Não basta esperar que tudo melhore. É preciso agir, ir atrás. É preciso teimar e não desistir. 

E mesmo que estejamos vivendo um dos momentos mais tristes da história do Brasil, foi o esperançar do povo desse país que sustentou o insustentável. Para cada pessoa com fome, ações de generosidade; para cada desalentado, solidariedade; para cada ação de ódio, amor e luta. Não dá para negar que foi a gente, o povo brasileiro, que permitiu chegar até aqui por causa da nossa ousadia em esperançar.

É certo que mudar tudo que está aí não depende só de nós. A gente precisa ter um governo que se comprometa com vidas, com sonhos, com a democracia. Um governo que se importe com a natureza, com as mulheres, com os indígenas, com negros e negras, com a comunidade LGBTQIA+, com a juventude.

A gente precisa de um governo que coloque crianças na escola, que gere emprego, que amplie renda, que valorize a cultura, que invista na ciência, que fortaleça os serviços e os servidores públicos. A gente precisa de comida no prato. E, para isso, a gente precisa de um Estado forte, que esperance junto com a gente.

Não há dúvidas de que o tempo que está por vir não será fácil. Enfrentaremos as consequências de uma política genocida, racista, machista, homofóbica, obscurantista, antipovo.

Uma política que acumula renda, precariza os serviços prestados ao povo como única forma de dar dignidade e arrocha o salário mínimo. Uma política que mata, desmata, persegue e quer calar. Uma política que tornou a pandemia ainda mais dura. Uma política que tenta normalizar a miséria, o desemprego, a desigualdade, a injustiça e tudo aquilo que jamais pode ser encarado como normal.

E é por isso que, mais que nunca, é preciso esperançar! Um esperançar que resulte na correção das injustiças sociais, na distribuição de renda, no crescimento da economia, no acesso à educação, à saúde, à segurança, ao lazer. 

Um povo que já encontrou muitas razões para sorrir em um passado não tão distante, deve reivindicar o protagonismo da própria vida no futuro. O ano de 2022 está aí e, como disse o poeta Gonzaguinha, a gente tem que ir lá fazer o que será: no voto, na luta, na garra; esperançando sempre!

*Rosilene Corrêa é professora aposentada da rede pública de ensino do DF e dirigente do Sinpro-DF e da CNTE.

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato - DF.

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Edição: Flávia Quirino