A 6ª Semana Social Brasileira (SSB), iniciada em 2020, e que segue até 2023, entra em um novo ciclo no início deste ano, com a construção coletiva do "Projeto Popular - O Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos".
Com o tema "Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho", esta edição pretende, ao longo dos próximos meses, fazer uma articulação e mobilizar organizações sociais e territórios, a partir das paróquias, pastorais e movimentos populares diversos. A ideia é reunir subsídios, por meio de consultas, para a elaboração de um amplo programa de mudanças estruturais para o país.
"O tema é uma inspiração do Papa Francisco, que desde que começou a dialogar com os movimentos populares latino-americanos, entendeu que os temas direito à tema, à moradia e ao trabalho são questões essenciais para a transformação social da região", explica Alessandra Miranda, secretária-executiva da 6ª SSB.
Os temas abordados, por sua vez, estão ancorados em três eixos basilares: defesa da democracia, defesa da soberania nacional e popular, e por uma economia inclusiva.
As Semanas Sociais Brasileiras são uma convocação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social transformadora. É realizada há mais de 30 anos no Brasil de forma coletiva entre as pastorais sociais da Igreja Católica, igrejas cristãs, organizações inter-religiões, movimentos populares, associações, sindicatos e outras entidades. Trata-se de uma ampla articulação de forças populares e intelectuais para o debate de questões sociopolíticas do país.
Ao longo de 2020 e 2021, por conta da pandemia, a SSB realizou cerca de 190 atividades virtuais.
"Nós acumulamos elementos debate sobre a questão da terra e da produção de alimentos, nas perspectiva de movimentos como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MTS) e o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA). Sobre moradia, focamos nossa atuação em torno da Campanha Despejo Zero, contra os despejos forçados em ocupações. Já no tema trabalho, as reflexões foram sobre os danos da reforma trabalhista e o forte movimento de precarização do trabalho no país, muito bem expresso nas condições oferecidas aos trabalhadores de aplicativo", aponta Miranda.
Nesta nova fase da SSB, estão previstas reuniões com entidades do movimento LGBTQIA+ e do movimento negro. A metodologia de trabalho prevê a identificação de projetos e ações de resistência populares já existentes, para fortalecer e potencializar essas experiências.
Alessandra Miranda destaca também a realização de processos de mutirão, para refletir sobre as violações de direitos humanos e da natureza diretamente nos territórios. Questões relacionadas à terra, moradia e trabalho serão organizadas para criar uma agenda de convergência em âmbito nacional.
"É semelhante aos processo de consultas populares que fazia no Brasil ao longo da década passada, com etapas locais, regionais e nacionais. A etapa nacional, em 2023, é justamente aquela que vai culminar na formatação de um programa sociopolítico, que é o que chamamos de Projeto Popular".
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES – 2022 A 2023
1ª Trimestre de 2022 – janeiro, fevereiro e março
Articulações com os movimentos sociais – 3 de fevereiro de 2022
Reunião com organizações LGBTQIA+ - 16 de fevereiro
Reunião com lideranças negras
Difusão da síntese do acúmulo das SSBs e capacitação para o caminho metodológico
1ª Semestre de 2022 – janeiro a junho
Reunião por inter regionais, data a ser definida;
Realização dos mutirões pela vida: sinais do esperançar para fortalecer iniciativas locais e regionais;
Realização das sínteses e caminho metodológico, por regionaonal;
Mapeamento dos regionais e das articulações e movimentos para espaços de capacitação.
4º Trimestre 2022 – outubro a dezembro
Visibilidade das experiências locais e dos diálogos nos regionais;
Detalhamento: rodas de conversas para trocas das experiências.
1ª Semestre 2023 - janeiro a junho
Diálogo para convergências, nos espaços regionais e das macrorregiões;
Detalhamento: Construção de agendas regionais e das macrorregiões do Brasil que queremos.
3º Trimestre de 2023 – julho a setembro
Espaço nacional de convergência;
Detalhamento: socialização das agendas regionais / setoriais e construção da agenda nacional do Brasil que queremos.
4º trimestre de 2023 – outubro a dezembro
Visibilidade da agenda do Brasil que queremos;
Detalhamento: publicação e difusão da agenda nacional em formatos diversos para o fortalecimento do Brasil que queremos.
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Edição: Flávia Quirino