Contra a violência policial, o racismo e por justiça, centenas de pessoas se reuniram nesta quinta-feira (10) em um ato em memória do jovem de 17 anos, Gustavo Henrique Soares Gomes, assassinado no dia 28 de janeiro por um policial militar.
O jovem levou um tiro durante uma abordagem quando estava na garupa de uma moto. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) alega que ele furou um bloqueio policial e ao ser abordado teria feito um gesto semelhante ao de sacar uma arma.
O coro por justiça tomou conta da manifestação realizada em Samambaia, cidade em que Gustavo morava e trabalhava. Familiares e amigos pediram uma investigação rigorosa sobre o caso e contestaram a versão dada pela Polícia Militar.
A irmã do adolescente, Tatyele Paiva, disse que Gustavo era estudante e trabalhador e que ele “foi tirado da família” pelo despreparo da polícia. “Esse protesto é por justiça, é pelo Gustavo. Eles querem que a gente se cale, mas não vamos nos calar”, frisou.
“A farda não autoriza ninguém a matar” disse a deputada distrital, Erika Kokay (PT). Ela prestou solidariedade à família e destacou que, para manter a memória de Gustavo viva, vai buscar uma apuração rigorosa e a responsabilização dos culpados. “A impunidade naturaliza a violência, e a bala perdida atinge os mesmos corpos”, manifestou.
O ato teve início na Feira Permanente da cidade e foi finalizado em frente à 26ª Delegacia da Região Administrativa. Com cartazes e faixas, os manifestantes questionavam “pra quem ligar quando o assassino é a polícia?”, em outros materiais pediam justiça e mencionavam a frase “nosso luto é luta”.
Representantes de movimentos populares discursaram sobre as violações e o racismo contra a juventude negra e periférica e lembraram que a bala da polícia “é direcionada ao povo preto”.
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Edição: Flávia Quirino