O governo do Distrito Federal anunciou a liberação do uso de máscara partir desta quinta-feira (10). O decreto que extingue a obrigatoriedade do uso do equipamento, incluindo em locais fechados, foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal.
"O avanço na vacinação contra covid-19 e a queda no número de casos foram essenciais para a medida", afirmou o governador Ibaneis Rocha, em uma publicação no Twitter.
"É importante ressaltar que quem quiser continuar usando a máscara pode continuar. Não é obrigatória retirada da máscara, mas, sim, deixa de ser obrigatória a utilização. Chegou a hora de tentarmos voltar a ter uma vida normal. Continuem se prevenindo e não deixem de se vacinar!", acrescentou. Até então, o governo do DF liberava o uso de máscara em locais abertos, mas mantinha o uso obrigatório em locais fechados, incluindo estabelecimentos comerciais, transporte público e salas de aula. Agora, isso passa a ser facultativo às pessoas.
Atualmente, o DF tem 89,22% do público-alvo vacinado com a primeira dose, 80,28% com a segunda dose e 34,63% com a dose de reforço.
O governador também anunciou a contratação de mais 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e 10 leitos de UTI pediátrica para reforçar a capacidade de atendimento.
Além das máscaras, o DF já havia liberado a realização shows e eventos esportivos na capital, mas com a exigência de comprovante de vacina para o acesso.
Preocupação
Em nota, o Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 da Associação Médica Brasileira (AMB) manifestou preocupação com a flexibilização descontrolada do uso de máscaras no país.
"Uma flexibilização indiscriminada pode ampliar os riscos à população, ainda mais à parcela não vacinada ou com esquema incompleto e principalmente os imunocomprometidos. Relevante chamar atenção para a vacinação infantil, que lamentavelmente permanece com baixa cobertura em algumas regiões", diz a nota.
Para a AMB, a tomada de decisões por estados e municípios deve levar em conta os indicadores epidemiológicos e a cobertura vacinal locais.
"Temos um país de proporções gigantescas e com coberturas vacinais regionais muito díspares e, portanto, precisamos ter cautela quanto à questão do uso opcional de máscaras na prevenção de infecções respiratórias. Com eventuais exceções, a prevenção, de forma geral, incluindo o uso de máscaras, deve ser mantida, com atenção particular aos locais fechados", reforçou a entidade.
Educação
O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) também manifestou contrariedade com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial em locais fechados do DF, inclusive em escolas públicas da capital. A entidade deve soltar uma nota oficial sobre a decisão do governador Ibaneis Rocha.
A Universidade de Brasília (UnB) também informou, por meio de nota, que a exigência de apresentação do comprovante de vacinação com esquema completo e o uso de máscaras continuarão obrigatórios na instituição.
“Qualquer decisão no sentido de alterar as determinações em vigor será informada pela Universidade. A UnB atua dentro do princípio da autonomia universitária, previsto na Constituição Federal”, diz a nota.
Também em nota, a presidente Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), Ana Elisa Dumont, argumentou que as escolas seguem tendo autonomia para definir seu protocolo no combate a covid-19, mesmo com a entrada em vigor do decreto que dispensa o uso das máscaras.
"Dessa forma, entendemos que, caso a escola que queira adotar medidas mais rígidas, tem autonomia e liberdade, desde que descrito em seus documentos e divulgado amplamente para a sua comunidade escolar", afirmou.
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Edição: Flávia Quirino