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Parlamentares denunciam desestruturação do núcleo de saúde mental do Samu

Servidores destacam que a Secretaria de Saúde está na contramão das orientações de instituições internacionais.

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
O Núcleo de Saúde Mental do SAMU do DF é um serviço pioneiro no Brasil, instituído em 2013 e aprovado pelo Conselho de Saúde em 2016 - Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Em plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), parlamentares criticaram a tentativa de desestruturação do Núcleo de Saúde Mental (NUSAM), vinculado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A deputada Arlete Sampaio (PT) informou ter recebido uma denúncia dos servidores do Samu sobre o desmonte do Núcleo de Saúde Mental, referência na assistência às pessoas em sofrimento e prevenção de agravos psíquicos.

Na denúncia, os servidores destacam que a Secretaria de Saúde está na contramão das orientações das instituições internacionais e nacionais de fortalecer a política e os serviços de saúde mental.

De acordo com o documento, há um surto de problemas relacionados à saúde mental no mundo, no Brasil e no Distrito Federal. “No Distrito Federal, o 3º maior número de emergências do SAMU são emergências psiquiátricas. No contexto de pandemia, os casos de comportamento suicida dobraram, a média é 13 / 14 por dia. Ainda, há um aumento exponencial nos casos de surto psicótico, crise de ansiedade e depressiva, abuso de álcool e outras drogas”, aponta.

“Compreendemos que qualquer ação no sentido de desarticular esse trabalho representa um retrocesso e mais um passo para desassistência da população do Distrito Federal. Não é aceitável que esse processo vá adiante. É necessário continuar garantindo o acesso da população a um serviço de saúde mental aberto, de fácil acionamento e de qualidade”, destacam os servidores.

Para a deputada, “as estatísticas mostram a importância desse Núcleo para atender as pessoas que estão em surto” e auxiliar as famílias dos atendidos. “Como é que o Samu vai desmontar o núcleo especializado em saúde mental?", questiona Sampaio.

De acordo com a parlamentar é “um absurdo” encerrar as atividades de um instrumento fundamental à população da cidade. Nesse sentido, ela informou que entrou em contato com o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, para reivindicar a manutenção do Núcleo. “Por favor, não acate esse pedido da direção do Samu”, apelou a deputada.

O deputado Fábio Félix (PSol) escreveu em uma rede social que a medida “é um descaso total com a saúde da população”. Ele disse ainda que “os servidores precisam ser ouvidos e essa decisão absurda tem que ser revista”.

A Secretaria de Saúde informou ao Brasil de Fato DF que o serviço ofertado na estrutura do Samu continuará a ser realizado de forma reorganizada. “O que vai ocorrer a partir de agora é uma reestruturação interna administrativa, para que os serviços estejam subordinados às Gerências adequadas, que tratam especifica e adequadamente de cada caso abordado”.

O Núcleo de Saúde Mental do Samu do DF é um serviço pioneiro no Brasil, instituído em 2013 e aprovado pelo Conselho de Saúde em 2016. Atualmente, o Núcleo de Atendimento conta com 27 servidores, sendo cinco assistentes sociais, nove psicólogos, cinco enfermeiros, três médicos e cinco condutores de ambulância.

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Edição: Flávia Quirino