Distrito Federal

Violência

DF abre licitação de R$ 296 milhões para contratar vigilância armada nas escolas

Medida foi adotada após onda de violência em unidades de ensino da capital federal; oposição critica estratégia

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Onda de violência nas escola do DF assustou comunidade e mobilizou autoridades; serviços de segurança armada serão contratados para vigilância escolar - Renato Araújo/Agência Brasília

A Secretaria de Educação do Distrito Federal publicou um edital para contratar serviços de vigilância armada nas instituições escolares da capital do país. O pregão, que será dividido em dois lotes, tem valor total estimado em R$ 296,67 milhões. A abertura para o recebimento das propostas está prevista para o próximo 13 de abril.

Segundo descrito no edital de licitação, os serviços a serem contratados incluem fornecimento de mão-de-obra, materiais e equipamentos para as nas instituições educacionais, unidades orgânicas e Coordenações Regionais de Ensino da Secretaria de Educação do DF. 

A medida ocorre dias depois da ocorrência de uma série de brigas violentas registradas em escolas do DF, incluindo casos de esfaqueamento e ameaças com armas de fogo.

:: Após onda de violência, DF apresenta plano pela paz nas escolas ::

Por causa desses episódios, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou na última segunda-feira (28) a implantação de um plano de urgência pela paz nas unidades escolares da capital do país.

Um das iniciativas do plano é a elaboração de uma cartilha, intitulada Caderno de Convivência Escolar e Cultura de Paz. O material estará até o dia 20 de abril em todas as escolas do DF, para servir de base para a formação dos profissionais de educação.

Críticas

Para a deputada distrital Arlete Sampaio (PT), presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do DF, essa contratação é uma forma equivocada do GDF abordar o problema da violência nas escolas. 

"Considero um equívoco essa decisão da Secretaria de Educação de fazer uma licitação para colocar vigilância armada nas escolas. Essas pessoas não estão qualificadas para prestar serviço educacional. Ao invés de vigilância armada, por que não contratam pessoas para ajudar a organizar as escolas?", questiona a deputada.

Para ela, é preciso haver acolhimento educacional e pedagógico nas escolas, de uma forma preventiva e focada no desenvolvimento educacional e social das comunidades. "Muitos problemas vão acontecer com essa vigilância armada e nós veremos isso daqui pra frente", prevê.

Casos de violência

A onda de violência nas escolas públicas do DF ligou o alerta nas autoridades. Um dos casos ocorreu na Colégio Fundamental do Bosque, em São Sebastião, quando uma estudante de 14 anos foi esfaqueada por um colega na quadra de esportes da escola, no último dia 23 de março. Ela recebeu diversos golpes nas costas e nos braços e precisou ser hospitalizada.

No mesmo dia, o diretor do Centro de Ensino Fundamental 8 (CEF 8), de Taguatinga, precisou separar uma briga entre estudantes. A confusão foi grava da pelos alunos e viralizou nas redes sociais, mostrando os dois trocando socos e pontapés.   

Outro ataque ocorreu em Ceilândia Sul, no dia 18 de março, quando um adolescente se envolveu numa confusão e foi espancado, incluindo golpes de faca na barriga e no pescoço. A vítima precisou passar por cirurgia.

Durante uma discussão entre adolescentes Centro Educacional São Francisco, o CED Chicão, também em São Sebastião, no último dia 22 de março, uma jovem sacou uma arma de fogo e chegou a apontar uma uma aluna. O caso foi filmado por outros estudantes e causou grande repercussão.

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Edição: Flávia Quirino