Distrito Federal

Coluna

Somos o Brasil que trabalha

Imagem de perfil do Colunistaesd
"Durante toda história, nós, classe trabalhadora, fizemos muitas lutas e conquistamos direitos" - Foto: CUT DF
É hora de entender, de uma vez por todas, que quem faz esse Brasil funcionar somos nós

Já reparou que sempre que se fala em direito dos trabalhadores há, imediatamente, respostas negativas para isso?

Reajuste de salário, pagamento de 13º, local de trabalho digno, jornada de trabalho justa virou gasto para o Estado ou radicalismo. Enquanto isso, a gente dá duro, pega ônibus lotado ou paga gasolina absurda; recebe o salário que não dá nem para a compra do mês; não tem mais condição de viajar com a família, de fazer um churrasco, de se divertir com os amigos. Está tudo caro e quem é trabalhador sabe disso.

Por que chegamos a este ponto e o que podemos fazer para mudar isso?

É essa a reflexão que a gente tem que fazer neste 1º de maio - Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.

:: 1° de maio: entidades promovem ato político e cultural ::

Na televisão, na internet e onde quer que a gente vá, tentam tornar normal que a gente seja explorado. Chegaram a dizer que a "nova" realidade é direito ou emprego.

Hoje, pra muita gente, chegar em casa não é sinônimo de descanso: o celular não para de tocar com mensagem do chefe pedindo alguma coisa. Tem trabalhador que, todo mês, tem salário e tíquete alimentação atrasado. E a gente tem que aceitar isso e ficar calado? Não dá mais!

É hora de a gente entender, de uma vez por todas, que quem faz esse Brasil funcionar somos nós; e a gente tem direito sim de ganhar bem, de comer bem, de ter um lugar pra morar; de ter lazer, de ter saúde, de ter educação. A gente tem direito de ser feliz.

Durante toda história, nós, classe trabalhadora, fizemos muitas lutas e conquistamos direitos como salário mínimo, férias, carteira de trabalho, seguro desemprego, tempo máximo de jornada de trabalho.

Mas tudo isso e muito mais foi colocado em jogo nos últimos anos. Tem trabalhador que passa o dia inteiro fazendo entrega, debaixo de sol e chuva e não tem nenhum direito garantido. Pior: pra esconder essa realidade de quase escravidão, tentam fazer esses trabalhadores acreditarem que são empreendedores.

A gente tem agora a oportunidade de virar esse jogo.

O primeiro passo é reconhecer que somos classe trabalhadora, independente de onde se trabalha. Se você precisa dedicar seu tempo para ter seu ganho para sobreviver, você é trabalhador. Se você tem salário, você é trabalhador. Se você dorme tarde ou acorda cedo para fazer funcionar seu pequeno negócio, você é trabalhador.

Depois disso, precisamos entender que nosso voto faz diferença.

E não é só eleger um presidente da República que tenha compromisso com o povo. É pensar quem são os deputados, os senadores, os prefeitos que a gente quer, o que eles têm a oferecer pra gente e pra nossa cidade, se eles estão dispostos a governar para a população. Afinal, é a nossa vida, a vida dos nossos filhos, da nossa família que está em jogo.

A gente precisa bater no peito e ter orgulho de ser trabalhador! Somos 99% da população e podemos fazer um Brasil nosso!

Que este 1º de maio, Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, seja o início de um novo tempo, com prato cheio, com emprego, com direito e com democracia.

Somos o Brasil que trabalha.

:: Leia outros textos deste colunista aqui ::

*Rodrigo Rodrigues é professor de História da rede pública de ensino do DF e presidente da CUT-DF

 

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Edição: Flávia Quirino