O programa Bolsa Atleta do Distrito Federal está prestes a ser alterado. Tramita na Câmara Legislativa o Projeto de Lei nº 2568/2022, de autoria do Poder Executivo, que pretende corrigir a discrepância nos valores do auxílio pagos a atletas e paratletas.
De acordo com informações da Secretaria de Esportes do DF, em 2021 o programa contemplou 103 atletas paralímpicos, em diferentes modalidades esportivas. Para este público as bolsas são divididas conforme classificação: estudantil (R$ 320,00 e R$ 510,00), distrital ( R$ 510,00) e nacional (R$ 1.400,00).
Quando se compara a tabela de atletas olímpicos e paralímpicos os valores do benefício são desiguais. No mesmo ano, foram contemplados 138 atletas olímpicos, as bolsas não tem valor padronizado, embora os atletas sejam classificados como estudantil, estadual, nacional, internacional e Olímpica A, neste último caso, o único beneficiado é o atleta Caio Bonfim, medalhista olímpico, que recebe uma quantia mensal de pouco mais de R$ 6 mil reais.
Com essa exceção, as bolsas variam entre R$ 354,49 a R$ 3.555,33. Os valores mudam conforme a modalidade do atleta e classificação. Por exemplo, um atleta que pratica judô, em classificação internacional, recebe uma bolsa no valor de R$ 3.555,33. Outro atleta em mesma classificação, que pratica hipismo recebe uma quantia mensal de R$ 2.488,38, já um atleta que pratica ciclismo, também com a mesma classificação, recebe R$ 1.421,44.
A discrepância desses valores na bolsa atleta paralímpicos e olímpicos, especificamente em se tratando do paradesporto, foi tema de uma audiência pública realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal, no dia 9 de maio.
A sessão ministrada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) foi requerida pelo Deputado Iolando Almeida (MDB) e teve a participação de membros da Secretaria da Pessoa com Deficiência, da Diretoria de Apoio aos Atletas e de representantes de diversos paradesportos do Distrito Federal. De acordo com o Parlamentar, a proposta é aprimorar o PL e corrigir essa inadequação no benefício que promove desigualdades.
Atualmente, os esportistas portadores de necessidades especiais recebem valor inferior aos que não possuem deficiências mesmo realizando as mesmas atividades com igual compromisso.
Lucimar Malaquias, que tem uma organização que atende e forma paratletas em Planaltina (DF), falou da necessidade de ampliação da bolsa. Segundo ele, em uma equipe formada por 12 cadeirantes no basquete, apenas seis recebem a bolsa e dividem com o restante do grupo.
A audiência também debateu sobre a importância do investimento esportivo atender a modalidades que ainda não são contempladas, aumentar o número de beneficiários, oferecer incentivo a todos que compõe um esporte coletivo, pois atualmente somente alguns recebem e ainda a criação de bolsa para técnicos que dão suporte aos esportistas paralímpicos e melhor divulgação do paradesporto nas plataformas do Governo do Distrito Federal.
“O esporte precisa do paratleta e precisa também de pessoas que apoiem o paratleta. Fazer o paradesporto requer tempo, requer trabalho”, disse o treinador voluntário de paracanoagem Paulo Salomão.
O Projeto de Lei que pretende garantir a equiparação da bolsa está em tramitação na Casa de Leis e deve passar por comissões permanentes, antes do debate em Plenário.
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Edição: Flávia Quirino