Distrito Federal

Estatísticas

Pessoas negras são 57,4% da população que vive no Distrito Federal

Pesquisa Distrital de Amostra por Domicílio atualizou informações socioeconômicas da capital do país

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
No DF, população negra é bem mais numerosa nos domicílios de renda mais baixa; moradores mais pobres são os que mais usam transporte público - Arquivo/Agência Brasília

Dos cerca de 3 milhões de moradores do Distrito Federal, 57,45% são negros (pretos e pardos), o que corresponde a cerca de 1,72 milhão de pessoas. Essa população é bem mais preponderante nas camadas de renda mais baixa. Entre as 852,2 mil pessoas que vivem em domicílios com renda média familiar de R$ 2.664, mais de 68% são negros. Na parte de cima da pirâmide social, dos cerca de 544 mil moradores que estão na faixa de renda domiciliar mais alta, ou seja, aqueles domicílios que ganham, em média, R$ 14.753, a população preta ou parda corresponde a 38,8%.

Esses e outros dados socioeconômicos fazem parte da Pesquisa Distrital de Amostra por Domicílios (Pdad) de 2021, divulgada essa semana pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan).

A pesquisa é realizada a cada dois anos e fornece um retrato da capital do país sobre questões demográficas, sociais, de trabalho e renda, entre outras características, com base em dados do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicícios (Pnad). 


População do Distrito Federal distribuída por faixa de renda / Divulgação/Codeplan

Na Pdad, a população do DF foi dividida em quatro faixas de renda: alta, média-alta, média-baixa e baixa (veja o quadro). A maior parte dessa população, cerca de 1,8 milhão de pessoas (61,17%) estão nas faixas mais baixas de renda. O DF possui 30.888 domicílios, com média de idade de 34 anos, e renda média de R$ 6.329,14. 

As regiões administrativas estão assim distribuídas, conforme a faixa de renda:

Renda Alta: Águas Claras, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul, Park Way, Plano Piloto e Sudoeste/Octogonal;
Renda Média-alta: Arniqueira, Candangolândia, Cruzeiro, Guará, Núcleo Bandeirante, SIA, Sobradinho, Taguatinga e Vicente Pires;
Renda Média-baixa: Ceilândia, Gama, Riacho Fundo, Samambaia, Santa Maria e Sobradinho II;
Renda Baixa: Brazlândia, Fercal, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, São Sebastião, SCIA-Estrutural, Sol Nascente/Pôr do Sol e Varjão.

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Cerca de um terço (32,5%) da população do DF possui plano de saúde privado, mas essa distribuição é bastante desigual. Enquanto 75,3% da população de renda alta possui acesso ao benefício, somente 11,8% daqueles de renda baixa têm plano.

Desigualdades

A desigualdade também é marcante entre aqueles moradores com 25 anos ou mais que possuem ensino superior completo. Enquanto 76,9% da população de renda alta têm diploma universitário, apenas 14,4% da população de renda baixa concluiu o ensino superior.

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No DF, a população economicamente ativa (14 anos ou mais) soma quase 59% do total de moradores. Cerca de 40,7% deles trabalha no Plano Piloto, região central da cidade. Outros 40,4% trabalham nas suas próprias regiões administrativas. Cerca de 38,1% da população se desloca de transporte público para o trabalho. Entre os mais pobres, o uso do transporte alcança 53%. Já entre os moradores de maior renda, apenas 11,7% usa ônibus para se deslocar ao trabalho. 

Minorias

A população que se identifica com alguma orientação sexual LGBTQIA+ soma cerca de 3,8% dos moradores da cidade. O percentual equivale a cerca de 114,4 mil pessoas. 

Já a população com deficiência corresponde a 18,5% do total de moradores do DF, algo em torno de 557 mil pessoas. 

Na capital brasileira, a maior parte dos domicílios, cerca de 34,5%, é formada por casais com filhos. Outros 23,6% são casas compostas por casal. As residências em onde vivem apenas a mãe e seus filhos correspondem a 13,7%. Já os domicílios unipessoais, ou seja, aqueles formados por uma única pessoa, são 15% do total. 

O acesso a internet está presente em 99% dos domicílios do DF. Esse número cresceu em relação a 2018, na última Pdad, quando o acesso à internet alcançava 93,6% das casas.

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Edição: Flávia Quirino