O resultado da licitação que vai contratar a empresa especializada na execução da reforma do Teatro Nacional Cláudio Santoro (TNCS), em Brasília, já tem data para ser anunciado. Será no dia 11 de julho, quando os envelopes com as propostas serão abertos, na sede Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), empresa pública do governo do Distrito Federal que mantém um convênio com Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) para viabilizar a revitalização do espaço.
O Aviso de Retomada de Licitação foi publicado na terça-feira (24) no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Com valor orçado em R$ 54.029.412,22, a contratação será feita por meio da Secec, responsável pela gestão do espaço. Essa reforma compreende a Sala Martins Pena, e será a primeira etapa de revitalização do teatro, que está fechado ao público desde 2014.
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O Governo do Distrito Federal (GDF) não informou quando as obras devem efetivamente começar nem a duração prevista desta primeira fase. Também não há previsão para a reforma das outras partes do teatro, que só serão licitadas no futuro.
A retomada de licitação para a Concorrência nº 002/2022 ocorre depois do julgamento do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que considerou, por unanimidade, improcedente a representação feita por empresa que pedia a suspensão da licitação de reforma do teatro.
Para a retomada, segundo o GDF, foram necessários alguns ajustes em itens técnicos, alterando o projeto básico, o edital e os anexos, que precisam ser baixados novamente pelas empresas.
“A população, em breve, poderá usufruir de um espaço totalmente reformado. Será feita reforma da Sala Martins Pena, contemplando acessibilidade, troca de revestimentos, poltronas, palco, alguns camarins, modernização da parte cenotécnica e luminotécnica. Além dos serviços específicos da sala, serão feitas intervenções na parte elétrica, sistema geral de ar-condicionado, incêndio e reforma do espaço Dercy Gonçalves”, detalhou Fernando Leite, presidente da Novacap.
O Teatro Nacional é uma das obras arquitetônicas mais icônicas e importantes da capital do país. Projetado por Oscar Niemeyer, é a principal casa de espetáculos da cidade, sendo a única sala de ópera e balé. A novela da reforma se arrasta, entre outros motivos, por causa da complexidade e do alto custo de uma reforma completa, que chegou a ser orçada em R$ 200 milhões. Por ser um bem tombado individualmente, o Teatro Nacional como um todo requer uma reforma sob rígidas normas de restauro.
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Sala Martins Pena
Inaugurada oficialmente em 1966, possui capacidade de 407 lugares, palco de 235 metros quadrados, com 12 m de abertura e 15 de profundidade, 1 elevador e 15 camarins. No foyer, conta com painel de azulejos de Athos Bulcão e é bastante utilizada para exposições. Possui um busto de Ludwig Van Beethoven, doado pela Embaixada da Alemanha. Destina-se a saraus, performances, lançamentos de livros, coquetéis e exposições, com área de 412 m².
Um dos destaques da Sala Martins Pena é a obra “Painel Acústico”, de Athos Bulcão, localizada na parede direita (visão do palco). A obra é formada por 23 conjuntos de quatro peças de madeira envernizada, fixadas no topo da parede, dispostos em alturas variáveis. A obra tem uma variação contínua de altos e baixos relevos e é de 1978. O estudo de cores dos estofados, carpete e cortinas é assinado pelo artista.
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Edição: Flávia Quirino