Pesquisa de intenção de votos feita pelo Instituto Opinião Pública, encomendada pelo jornal Correio Braziliense, mostra um empate técnico do ex-presidente Lula com Jair Bolsonaro entre os eleitores do Distrito Federal.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (15), aponta Lula com 33,9% e Bolsonaro, com 32,8%, isso na pesquisa espontânea, que é quando o eleitor informa diretamente a intenção de voto, sem escolher a partir de uma lista. Ciro Gomes (PDT) aparece com 3,4% e a candidata Simone Tebet (MDB), apoiada também pela federação PSDB-Cidadania, registrou 1,1% da preferência. Sergio Moro (União), embora não seja mais pré-candidato à presidência, é citado por 0,9%.
Foram entrevistadas 1.100 pessoas no período entre 9 a 12 de junho. O nível de confiança estimado é de 95% e a margem de erro 3% para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 9 de junho, sob o protocolo DF-05367/2022.
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Na pesquisa estimulada, quando uma lista com nomes é apresentada aos entrevistados, Lula soma 37,3% e Bolsonaro aparece com 34,6% das intenções de votos no DF.
Juntos, Lula e Bolsonaro reúnem 71,9% do eleitorado em Brasília. Já Ciro Gomes tem 7,4% e Simone Tebet, 2,1%. André Janones (Avante) aparece com 1,3%. Em seguida, aparecem Vera Lúcia (PSTU), com 0,6%; Pablo Marçal (Pros), com 0,6%; Felipe d'Avila (Novo), com 0,5%; Leonardo Péricles (UP), que registrou 0,5%; Luciano Bivar (União), com 0,4%; José Maria Eymael (DC), com 0,3%; e Sofia Manzano (PCB), com 0,2%. Cerca de 11,3% responderam que votariam em branco ou nulo e 2,9% estão indecisos.
Para o professor e cientista político Leandro Gabiati, a pesquisa traz duas informações importantes, além da constatação da forte polarização entre Lula e Bolsonaro no DF. Uma delas é a consolidação do voto na capital do país.
"Na pesquisa espontânea, temos números muito parecidos com a estimulada, o que normalmente não ocorre. Isso sinaliza que boa parte do eleitorado, cerca de 60% a 70%, tem seu voto praticamente decidido. Há pouca margem para que um candidato alternativo à Lula e Bolsonaro consiga força eleitoral para competir pela vitória. Claro que pesquisa é uma fotografia do momento, mas mostra um cenário de consolidação do voto", explica.
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Também chama atenção o desempenho de Bolsonaro quando se compara com as eleições de 2018. Na pesquisa atual, o presidente que tentará a reeleição tem apenas metade das intenções de voto que tinha há quatro anos.
No 1º turno de 2018, Bolsonaro obteve 58,37% dos votos no Distrito Federal, muito à frente do petista Fernando Haddad, que só obteve apoio de 11,87% do eleitorado, ficando atrás até de Ciro Gomes (16,6%) na capital brasileira. Já no segundo turno, o DF deu uma das votações mais estrondosas para Bolsonaro. Ele recebeu 69,99% dos votos válidos, contra 30,01% de Haddad.
"Quando a gente toma os resultados de 2018, por exemplo, quando Bolsonaro recebeu 69,99% dos votos no DF, no 2º turno, era de se imaginar que uma pesquisa atual o colocaria com alguma vantagem, ainda que menor, mas o que vemos é uma situação bastante diferente. O Lula lidera a pesquisa, embora na margem de erro", analisa.
Para Gabiati, é esperado de um governante que tenta uma reeleição um certo desgaste natural decorrente do exercício do mandato, mas o que a pesquisa demonstra é que esse desgaste está sendo bem significativo na gestão do atual presidente.
"O governo Bolsonaro enfrentou problemas próprios, originados por ele mesmo, e situações de conjuntura, como a pandemia, crise dos combustíveis, inflação, entre outros. Isso criou muita dificuldade".
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Edição: Flávia Quirino