Após dois anos de pausa em razão da pandemia, a Parada do Orgulho LGBT+ do Distrito Federal está de volta. Em sua 23ª edição, o evento é um dos mais antigos do país e pretende reunir milhares de pessoas neste domingo (3), com concentração a partir das 14 horas no Congresso Nacional, em Brasília.
"É o momento onde as pessoas de nossa comunidade, que historicamente foram obrigadas a se esconder em guetos e armários, podem ir às ruas sem medo, reivindicar seus direitos e bradar o orgulho de serem quem são. É uma grande potência, que empodera muita gente", aponta o produtor executivo do Festival Brasília Orgulho, Igor Albuquerque.
Nesta edição o tema é "Nossos 122 direitos: Conhecer, Efetivar, Defender". “A ideia é que façamos uma campanha positiva para enaltecer todos os direitos que já conquistamos. Nós do Brasília Orgulho, por intermédio da Faculdade de Direito Público (IDP), fizemos um levantamento inédito que descobriu a existência de 78 normas federais e 44 distritais que garantem direitos à nossa comunidade. E é preciso comunicar isso para que todos possam reivindicar seus direitos", pontua Igor.
:: Orgulho é ferramenta de luta ::
Na última edição, realizada em 2019, a Parada reuniu mais de 120 mil pessoas. "Nosso movimento é importante para dar visibilidade para toda a população LGBTI+ do DF e do Brasil. Visto que a marcha de Brasília não é só uma das mais antigas, como também é a terceira maior do país", completa Melissa Navarro, co-fundadora da Associação Lésbica Feminista de Brasília Coturno de Vênus.
Com programação diversa, o evento contará com seis trios elétricos, que abarcarão diversos nichos da cultura LGBT. Um destes carros será comandado pelo Coletivo Rebu e pela Associação Coturno de Vênus que dentre os trabalhos realizados, também está a cultura.
"Teremos DJs, arte drag e performances. Queremos promover um evento cultural seguro, inclusivo e que promova bem estar e acolhimento que é a pauta principal do Coletivo Rebu", diz Rafaella Ferrugem, DJ e produtora cultural.
Diversidade
Vários coletivos, movimentos e organizações não governamentais estarão em marcha neste domingo. Uma destas, é o Mães pela Diversidade, que atua no DF por igualdade de direitos civis a toda a sociedade LGBTQIAP+.
"A minha história no movimento iniciou em 2011 quando participei em uma exposição na Praça XV, no Rio de Janeiro, junto com minhas filhas lésbicas. Depois não parei mais porque os resultados das lutas são fruto de trabalho árduo da militância e que muitas vezes tem que chegar a batalhas judiciais para conseguir legitimar direitos. É uma grande rede que trabalha articulada para buscar a legitimação dos direitos para a população LGBTQIAP+", conta Monica de Freitas Monteiro, coordenadora do Mães pela Diversidade do DF e Entorno.
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O coletivo Distrito Drag também estará presente no evento. "Valorizamos muito a parada LGBT por ser um dos principais atos de rua. Está no topo das maiores ações que já aconteceram na capital do país. Nenhuma outra ação direta teve tanta gente quanto a parada LGBT, que é política e engajada. Há quem diga que é só festa, mas não é. Porém, logicamente comemoramos a nossa existência, mas precisamos mudar o cenário, pois o atual nos atinge", destaca Hony Sobrinho, criador da drag queen Rojava, que é diretora e uma das fundadoras do Coletivo.
Mapa do Orgulho
Cinco lugares monumentais de Brasília receberam instalações artísticas, é o Mapa do Orgulho.
A fachada do Teatro Nacional foi colorida com tecidos, a clarabóia do foyer da Estação Central do Metrô recebeu a instalação de fitas de nome "árvore do orgulho", a rampa do Museu Nacional da República e a Escadaria da Torre de TV foram adesivadas. E, por fim, é possível observar ainda, a obra interativa com portais às margens do lago do Parque da Cidade. Todas as intervenções foram realizadas nas cores do arco-íris.
"O Mapa do Orgulho foi criado durante a Pandemia para que durante o período de isolamento/afastamento social, LGBTs pudessem circular pela cidade e manifestar o orgulho, em espaços abertos, sem aglomerações. As cores LGBT que ocupam o espaço urbano passam a mensagem de que a cidade também é para a pessoa LGBT e feita por ela. A gente também faz Brasília e a cidade precisa acolher e defender a diversidade de orientação sexual e identidade de gênero", destaca Igor Albuquerque.
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Edição: Flávia Quirino