A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou nesta terça-feira (5) que um paciente do sexo masculino de 15 a 19 anos foi infectado com raiva humana. Ele está em estado grave e segue em observação pela vigilância epidemiológica. O último caso de raiva humana no DF havia sido registrado em 1978, ou seja, há exatos 44 anos.
A infecção ocorreu em maio, depois do jovem ter sido arranhado por um gato. Segundo a pasta, a doença é caracterizada por sintomas neurológicos em animais e seres humanos. O vírus multiplica-se no local da lesão, migra para o sistema nervoso e, a partir daí, para diferentes órgãos, principalmente para as glândulas salivares, sendo eliminado pela saliva. O vírus circula em ambientes domésticos, como em cães e gatos; silvestres, como em raposas; aéreos, como em morcegos; e em rurais, como em cavalos e vacas.
Por causa desta infecção, o DF antecipou a campanha de vacinação antirrábica em animais domésticos, que estava prevista para começar apenas em agosto.
Os locais em que as pessoas podem levar seus animais para vacinação antirrábica podem ser acessados aqui. A Secretaria de Saúde também informou a relação dos hospitais em que é possível a própria população receber a vacina e o soro antirrábico pós-exposição.
O animal doméstico deve ser vacinado a partir dos três meses e é necessário que a imunização seja reforçada anualmente. Atualmente, estima-se que a população de cães e gatos em todo o Distrito Federal seja de 345.033, dos quais 308.419 são cães e 36.613, gatos. A expectativa é vacinar pelo menos 80% da população animal.
Transmissão
O vírus da raiva fica presente na saliva de animais infectados e é transmitido principalmente por meio de mordidas e arranhões ou de lambidas de mucosas e pele lesionada.
O diretor-substituto da Vigilância Ambiental, o médico veterinário Laurício Monteiro da Cruz, ressalta a importância de higienizar a área que pode ter sido contaminada. “Lavar a mão com água e sabão é uma medida extraordinária com a qual já se diminui muito a possibilidade de propagação do vírus”, explica.
Para se prevenir, além da vacina, é importante evitar mexer ou tocar em cães e gatos desconhecidos, sem donos, principalmente quando eles estiverem se alimentando, com cria ou dormindo.
O especialista acrescenta que, em caso de suspeita de raiva, é fundamental a comunicação para acompanhamento e análise. O contato com a Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde pode ser pelo telefone (61) 2017-1342 ou pelo Disque Saúde – 160 ou pelo e-mail: [email protected].
Cuidados e tratamento
No caso de uma possível infecção, a pessoa deve ir a uma unidade de saúde o mais rapidamente possível para o primeiro atendimento. “Quem avalia é o profissional de saúde, que está amparado por um protocolo que vai verificar se o animal tem histórico de vacinação, se é agressivo, entre outros fatores”, informa o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano Martins.
O especialista explica que há duas possíveis medidas de tratamento com profilaxia antirrábica humana: a pré-exposição e a pós-exposição, depois de avaliação profissional.
A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como veterinários. Já em caso de pós-exposição, devem ser avaliadas de acordo com as características do ferimento e do animal envolvido.
A pasta disponibiliza informações mais detalhadas sobre a doença, inclusive as características para cada esquema, a lista de salas de vacinas, atendimentos em que se realiza e as unidades hospitalares na qual são feitas a aplicação de soro e imunoglobulina antirrábica humana.
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Edição: Flávia Quirino