Preocupada com a própria segurança, e das pessoas com quem trabalha, a pré-candidata a governadora do Distrito Federal, Keka Bagno (Psol) precisou contratar seguranças particulares para andar com a equipe durante a pré-campanha. "A gente vai ficar esperando algo concreto acontecer? Nós contratamos seguranças particulares até termos a proteção da polícia civil", contou.
A medida foi adotada pela campanha após a pré-candidata receber ameaças pelas redes sociais, que se intensificaram após a participação dela no debate da Band, realizado no último domingo (7). "São ameaças veladas. Eles mandam imagens com armas, caveiras e insinuam para tomar cuidado no 7 de setembro", revela Keka.
A pré-candidata conta que recebe também conteúdo de violência de gênero, comparando a postura dela a de homens. A política disse que tem percebido um sentimento como o de permissividade por parte dos agressores.
"Em 2018, lembro que recebi mensagem de um perfil fake falando que enfiaria uma faca em minha vagina e iria abrir. Essa foi a única ameaça naquele ano. Desde então, isso tem sido contínuo para qualquer uma de nós que ocupa espaços públicos ou de liderança".
Por se tratarem de ameaças que não se enquadram na legislação como violência política, a equipe de Keka Bagno não chegou a fazer denúncias oficiais dos episódios, mas tem reunido material para ações posteriores. "Como nada é muito concreto, nós não temos muito o que fazer agora, mas estamos reunindo tudo até termos algo mais sólido para ir à delegacia", conta.
Mais violência
No último sábado (6), dois militantes do PT (Partido dos Trabalhadores) foram vítima de um assalto quando saíam de um evento de pré-campanha em Brasília (DF). A denúncia foi feita pelo pré-candidato a deputado distrital pelo PT, Gabriel Magno, em suas redes sociais.
De acordo com o pré-candidato, os militantes foram abordados no momento em que saíam de um evento e se dirigiam para outro. Eles foram ameaçados e tiveram mochilas e celulares levados pelos bandidos. Ninguém foi ferido, mas o episódio causou forte estresse emocional nas vítimas. “Um dos rapazes estava em choque e pedia para que não fosse morto”, disse Magno.
Ainda segundo Gabriel, após o assalto, as vítimas teriam buscado ajuda em um shopping no centro da capital, mas também teriam sido hostilizados no local. “Eles chegaram a pedir ajuda para um segurança patrimonial do shopping, mas nesse momento começaram a ouvir ofensas do tipo, ‘vocês não são do PT? Não é isso que vocês procuram?’”.
“Não dá para afirmar que foi uma violência causada por militantes bolsonaristas, mas chama atenção o fato de que os rapazes carregavam material de campanha do PT e somente eles foram vítimas ao final do evento”, finaliza Magno.
O pré-candidato informou ainda que o PT acolheu as vítimas e as levou para registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Já no último dia 20, o também pré-candidato a distrital pelo Psol, Max Maciel, denunciou que apoiadores seus “foram ameaçados por bolsonaristas” quando saíam de uma atividade pública realizada na região central de Brasília.
Max contou que os agressores que estavam dentro de um carro pareciam estar esperando o fim do evento para iniciar as ameaças. “O veículo em que os autores da ameaça se encontravam já estava estacionado na entrada do Setor Comercial Sul, onde o carro dos apoiadores estava estacionado. Ao verem os apoiadores se aproximando do estacionamento, depois do fim do evento, eles questionaram se aquela atividade havia sido "coisa do Lula" fazendo referência a uma camiseta que um dos apoiadores vestia, onde se lia a frase "PSOL com Lula 2022".
Os apoiadores entraram nos carros para ir embora, mas foram fechados pelos agressores que bloquearam o estacionamento com outro veículo. “Um do autores, que estava dirigindo o veículo, questionou em tom de ameaça se os apoiadores não ‘queriam entrar na bala com eles’. Após diversas agressões verbais eles finalmente desobstruíram do local, possibilitando que os assessores conseguissem ir embora”, contou Max.
O Psol informou que encaminhou a denúncia para Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa.
Respostas
A reportagem do BdF questionou a Polícia Civil do DF a respeito das investigações e possíveis motivações políticas para os crimes, mas a PCDF informou que não encontrou ocorrências semelhantes no sistema.
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Edição: Flávia Quirino