O professor Rafael Parente (PSB) renunciou nesta quinta-feira (25) a candidatura ao governo do Distrito Federal e declarou apoio ao deputado distrital Leandro Grass (PV). O anúncio foi feito na sede nacional do PSB, em Brasília, e contou com as presenças do próprio Grass e da candidata ao Senado Rosilene Corrêa (PT). A decisão, segundo Parente, foi motivada por uma avaliação do cenário eleitoral e a necessidade de união do campo progressista para chegar à etapa final da disputa.
"A explicação para essa decisão é simples. A gente, desde sempre, buscou uma união, que é essencial, e sabíamos que essa chapa precisaria ser construída a partir de uma visão pragmática. Nesse momento, temos visto que o apoio do Lula e da militância do PT têm feito a diferença para o nome do Leandro, e ele está despontando como aquele que tem mais chances de ir ao segundo turno", afirmou.
"Não dá pra ficar competindo por votos [na esquerda]. A gente espera ter dado um exemplo, principalmente pelo risco de termos um segundo turno tenebroso tendo de um lado um governador com 15 investigações de suspeitas de corrupção e outro candidato que teve a vida toda envolvido em suspeitas e problemas [Paulo Octávio]", acrescentou Parente.
As pesquisas de intenção de voto mais recentes têm apontado a liderança do atual governador Ibaneis Rocha (MDB) na corrida eleitoral. Em seguida, aparece o empresário multimilionário Paulo Octávio (PSD), que foi vice-governador do José Roberto Arruda, preso em 2010 em pleno exercício do mandato após um escândalo de corrupção, chegou a exercer o cargo de governador, mas renunciou por falta de apoio político. Em terceiro lugar, as pesquisas apontam a senadora Leila Barros (PDT), seguida por Leandro Grass, Izalci Lucas (PSDB) e Keka Bagno (PSOL).
Agora fora da disputa, Parente deve ocupar uma posição de coordenação da campanha de Leandro Grass. "O Leandro quer que eu participe da coordenação, mas já disse a ele que gosto de estar nas ruas", comentou em conversa com o Brasil de Fato.
Repercussão
A desistência de Parente já começou a repercutir entre os demais postulantes. Leandro Grass reconheceu, em sua conta oficial no Twitter, que Parente fez um gesto de "grandeza e generosidade em torno de um projeto forte do campo progressista".
"Minha relação com o Rafael é de anos, sempre foi programática e de afinidade em torno do que acreditamos para o Brasil e o DF. Nós já estivemos juntos, discutindo ideias para o país. Temos em comum o trabalho na educação, ele é PHD na área, tem muito a contribuir conosco. Somos da mesma geração e nos unimos a outras gerações experientes do nosso campo para fazer o melhor para o DF. Juntos vamos derrotar a face mais perversa da política do DF, representada pelo Ibaneis e pela Flávia Arruda", postou.
Já a candidata Keka Bagno emitiu nota oficial para dizer que mantém a candidatura ao Palácio do Buriti e destacou o apoio que tem recebido nas cidades do DF. "Nossa candidatura segue firme, com crescimento e tem sido muito bem recebida nas cidades, principalmente por mulheres como eu, que são as mais afetadas pela precarização das políticas públicas. As pesquisas até aqui mostram um empate técnico entre as candidaturas ao GDF que estão com o Presidente Lula, o que nos faz ter certeza de que chegaremos bem ao segundo turno e derrotaremos Bolsonaro e Ibaneis Rocha", afirmou.
Como fica a disputa
Com a desistência de Parente, o DF passa a ter agora 11 candidaturas ao Palácio do Buriti. Veja quais são:
Coronel Moreno (PTB): 50 anos, nasceu em Brasília, é policial militar e é a primeira vez que concorre ao cargo de governador do Distrito Federal (DF). O candidato a vice é o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, 44 anos.
Ibaneis Rocha (MDB): 51 anos, nasceu em Brasília, é advogado e o atual governador do Distrito Federal (DF). É formado em direito pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub), fez pós-graduação em direito processual do trabalho e direito processual civil. Ele presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) entre 2007 e 2010. Em 2018, estreou na política como candidato ao governo do Distrito Federal (DF) e venceu as eleições no segundo turno. A vice na chapa é a deputada federal Celina Leão (PP-DF), 45 anos.
Izalci (PSDB): 66 anos, nasceu em Araújos (MG). É contador e atualmente senador pelo Distrito Federal, eleito em 2018. Antes de entrar na vida pública foi líder sindical. Iniciou a vida política em 1998, ao se filiar ao PSDB. Em 2002, foi eleito deputado distrital, quando foi convidado a assumir a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Em 2006, novamente convidado, voltou a assumir a Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF. Em 2010, foi eleito deputado federal e reeleito em 2014. Atualmente, é presidente do diretório do PSDB no DF. A vice na chapa é a presidente do PRTB-DF, Beth Cupertino, 69 anos.
Keka Bagno (PSOL): 34 anos, nasceu em Brasília. É graduada em serviço social pela Universidade de Brasília e tem mestrado em Políticas Públicas. Iniciou a vida política como militante estudantil na universidade. É ativista pelos direitos da infância, da adolescência, das mulheres e da negritude. Está no segundo mandato como conselheira tutelar e atua em movimentos sociais há 15 anos. Em 2018, foi candidata a vice-governadora pelo PSOL. Toni de Castro, 49 anos, também do PSOL, é o vice da chapa.
Leandro Grass (PV): 37 anos, nasceu em Brasília é professor, concluiu bacharelado em sociologia e licenciatura em ciências sociais pela Universidade de Brasília (UnB). É mestre em Desenvolvimento Sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB e já atuou como pesquisador nas áreas de sociologia do desenvolvimento, políticas públicas e participação social. Em 2018, foi eleito deputado distrital pela Rede Sustentabilidade. Este ano é candidato a governador do DF pela federação PT-PCdoB-PV. A professora Olgamir Amancia (PC do B) será vice na chapa.
Leila do Vôlei (PDT): 50 anos, nasceu em Taguatinga-DF. Foi jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei e, atualmente, é senadora, eleita pelo PDT em 2018. Como atleta, foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta/EUA) e de 2000 (Sidney/Austrália). Em 1999, recebeu medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos no Canadá. Atuou no vôlei de praia e foi comentarista esportiva antes de iniciar sua carreira política. Em 2014, foi candidata a deputada distrital, mas não se elegeu. Foi secretária de Esportes e Lazer de 2015 a 2018 do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). O vice de Leila é o também pedetista Joe Valle, 57 anos.
Lucas Salles (DC): nasceu em Campina Grande (PB). Formado em comunicação social, tem mestrado na área de marketing, é professor universitário há mais de 20 anos. Na vida política, já foi candidato a vereador na cidade natal, em 1992, e também atuou como secretário municipal de Turismo. Foi o marqueteiro oficial da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, em 2018. A vice na chapa é a pastora Suelene Balduino, 60 anos, do mesmo partido.
Renan Arruda (PCO): 58 anos, nasceu em Iguatu, no Ceará. Bancário e economiário, foi candidato a governador do Distrito Federal (DF) em 2018 e segundo suplente a senador em 2010. O vice da chapa é Mauro Sousa de Moura, 58 anos, filiado à mesma sigla.
Paulo Octávio (PSD): 72 anos, nasceu em Lavras (MG). É empresário, dono de uma construtora que leva seu nome. É formado em Direito pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), e Técnico em Transações Imobiliárias, atua no mercado imobiliário desde 1976, com empresas das Organizações Paulo Octávio. Ingressou na política em 1990 quando se filiou ao PRN e foi eleito para o primeiro de dois mandatos como deputado federal. Em 2002, Paulo Octávio foi eleito senador pelo então PFL, renunciou em 2006, para ser vice-governador na chapa de Arruda e assumiu interinamente o DF quando Arruda foi afastado, mas renunciou dias depois por falta de apoio político. O advogado Luís Felipe Belmonte (PSC), 69 anos, é o vice na chapa.
Robson (PSTU): 52 anos, nasceu na cidade do Rio de Janeiro. É professor de história da rede pública de ensino do Distrito Federal, há 22 anos. Iniciou sua militância política no movimento estudantil. É ativista do movimento negro e já foi candidato a senador pelo PSTU em 2010, 2014 e 2018. Iniciou sua militância política no Rio de Janeiro e em Roraima no movimento estudantil. Foi parte do processo de fundação do PSTU e mantém militância ativa na luta por uma educação pública de qualidade, participando de todas as greves e mobilizações do magistério do DF. O candidato a vice na chapa será Eduardo Zanata, 36 anos, também do PSTU.
Teodoro da Cruz Téo (PCB): 63 anos, nasceu na cidade de Barreiras (BA) e mora no Distrito Federal desde 1975. É advogado, pedagogo e servidor público aposentado da Secretaria de Estado da Educação. Militou no movimento sindical e popular. Jamil Magari é o candidato ao cargo de vice-governador, 65 anos.
*Com informações da Agência Brasil.
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Edição: Flávia Quirino