O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recorreu da sentença proferida em junho que absolveu o ativista Thiago Avila das denúncias de crime ambiental. A promotoria requer que a sentença e condenação sejam reformadas por ter provas cabais que comprovem a materialidade da autoria do suposto crime, com o agravante de Ávila ser socioambientalista.
O MPDFT pediu a condenação e a prisão do ativista por três anos. Ávila, que também concorre ao cargo de deputado federal com um mandato coletivo pelo PSOL, disse que a apelação é injusta e que acredita que tenha interferência política.
“É um papelão o que esse governador se coloca. Ele está desesperado porque sabe que se não me prende agora, quando vencermos, eu passo a ter acesso a um julgamento justo porque um parlamentar eleito é julgado pelo STF”, afirmou o ativista.
O ato que levou o MPDFT a processar Thiago Ávila ocorreu em abril de 2021. Na época, em meio à pandemia, o GDF realizou operação para expulsar famílias de catadores de materiais recicláveis de uma ocupação nas imediações do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), região central de Brasília.
Em junho deste ano, o juiz titular da 8ª Vara Criminal de Brasília, Osvaldo Tovani, considerou que a intenção do ativista, bem como das demais pessoas que participaram do ato, não era de prejudicar o meio ambiente, mas sim de apoiar as famílias e a escola do local, e que, portanto, não houve crime ambiental.
“Com um julgamento justo, esse crime nem existe. Essa perseguição não deveria existir. Eles não vão parar a gente. Nem com uma prisão eles conseguiram parar a gente, mas nós não vamos aceitar, vamos vencer essa eleição e garantir um julgamento justo”, afirma Ávila.
Na internet, apoiadores do ativista retomaram o abaixo-assinado em defesa de Ávila e levantaram a tag #ThiagoAvilaInocente. O socioambientalista também tem recebido apoio de artistas e ativistas por todo o Brasil.
O novo julgamento não tem data específica para ocorrer. A reportagem do BdF questionou o MPDFT sobre os motivos da apelação, mas até o fechamento desta matéria a resposta não havia sido enviada.
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Edição: Flávia Quirino