Queremos defender um projeto de país que visa reconstruir o Estado brasileiro
Desde o golpe de 2016, as universidades públicas têm sido atacadas pelo governo federal. A carreira docente foi desvalorizada pela ausência de reposição salarial, os estudantes perderam bolsas e auxílios, as estruturas das universidades sofreram com os sucessivos cortes orçamentários.
Tal processo de desmonte foi alavancado no governo atual: desde 2019 assistimos a perseguição ideológica de professores, a escolha de reitores interventores, ignorando a vontade expressa nas eleições universitárias, e o ataque a nossos direitos trabalhistas, como o direito pleno à progressão funcional, por meio de regulamentações espúrias e inconstitucionais do executivo federal.
Recursos que já haviam sido cortados se tornaram cada vez mais escassos. Nos dois anos de pandemia, foi necessário criar estratégias locais de apoio a docentes e estudantes da Universidade de Brasília, frente ao completo descaso do Ministério da Educação que, nestes quatro anos, manteve a orientação ideológica de destruir a Educação Pública brasileira, conforme denunciamos inúmeras vezes. O desmonte das estruturas de financiamento da ciência e da pesquisa públicas, como a CAPES e o CNPq, aliado ao descaso absoluto do governo federal durante a pandemia, redundou em muitos desafios a serem enfrentados nas Universidades.
Ao mesmo tempo, a universidade não era o único alvo do governo federal durante estes quatro anos. Todas as estruturas de políticas públicas e regulamentação - desde o SUS até órgãos como o IBAMA - sofreram com intervenções políticas, desmonte de marcos regulatórios e subfinanciamento. Assistiu-se o incentivo governamental à ilegalidade na área ambiental e à invasão de terras indígenas por grileiros e garimpeiros.
Enquanto isso, enquanto cada um de nós tinha algum colega, amigo ou parente morto por COVID-19, ou pela falta de atendimento que se seguiu ao fim do Mais Médicos, ou pela violência política que vem crescendo nos últimos meses, o atual Presidente da República escarnecia do sofrimento alheio.
Frente a esta situação, a Diretoria da ADUnB-S.Sind, gestão ADUnB Me Representa (2022-2024), considera que é necessário e urgente exigir a saída do atual presidente. Mais do que vê-lo fora, queremos defender um projeto de país que visa reconstruir o Estado brasileiro e que o faça cumprir sua função de assegurar direitos da população - cuidar da saúde, da educação pública, do meio ambiente e de todas as áreas afetadas ao longo dos últimos anos.
Como exercício da nossa autonomia, e para que tanto a autonomia quanto a universidade pública sobrevivam e se desenvolvam, a Diretoria da ADUnB-S.Sind apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, para a Presidência da República no segundo turno destas eleições - não apenas para derrotar o atual governo, mas para construir um país com justiça e igualdade.
:: Leia outros textos desta colunista aqui ::
*Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB - S. SInd. do ANDES-SN)
**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::
Edição: Flávia Quirino