Neste sábado (15), a partir das 15 horas, o Espaço Moinho de Vento da Família Hip Hop, em Santa Maria, região administrativa do Distrito Federal, recebe o 3° Encontro de Articulação das Ocupações Culturais do DF. A ideia do encontro é reunir a classe artística, as ocupações culturais do DF e Entorno, e todas as pessoas interessadas em cultura, para promover um diálogo sobre a pluralidade cultural dos territórios e construir uma rede de apoio mútuo que possibilite a preservação desses espaços.
“A construção dessa rede busca organizar frente representativa junto ao Estado a partir das ocupações, que permitem um debate transversal sobre vários aspectos do direito à cidade, como moradia, mobilidade, segurança e o acesso à cultura”, explica Luana Gomes, assessora de imprensa e cultural do Núcleo de Formação Família Hip Hop.
O evento contará com a participação de diversas ocupações e movimentos culturais do DF e Entorno, entre estes: Grupo de Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília – Periférico (PPG-FAU/UnB), Mercado Sul Vive (Taguatinga), Coletivo RIA (Taguatinga), Batalhão das Artes (Taguatinga), Espaço Cultural Galpão do Riso, Espaço Semente (Gama), Movimento Cultural Super Nova (São Sebastião), Jovem de Expressão (Ceilândia), Imaginário Cultural (Samambaia), Brigadas Populares Distrito Federal, Casa tradicional – jardim Ingá (Luziânia), Casa de Cultura Carlos Marighella, Associação Cultural Encanto de Itapoã (Itapoã/Paranoá).
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A questão fundiária será um dos temas do encontro. A permanência das ocupações nas localidades está em constante ameaça. Em outubro de 2021, o Jovem de Expressão, por exemplo, sofreu ameaça de reintegração de posse, revertida após intensa mobilização popular. Em setembro, o Tribunal de Justiça do DF negou a remoção forçada do Mercado Sul Vive, espaço cultural que existe em Taguatinga desde 2015, e reconheceu a contribuição cultural e social do movimento.
Para Luana Gomes, a cultura popular é produzida a partir das vivências dos grupos em determinados territórios. Por isso, a questão fundiária é central nesse contexto — é a permanência das pessoas nesses locais que permite que as produções culturais populares continuem vivas.
“Destacamos a questão fundiária, que é um assunto urgente e presente nesses espaços, bem como o reconhecimento dos mesmos. A Articulação das Ocupações entende que o Estado deve dialogar com o setor cultural de forma digna e respeitosa, tal qual vemos hoje essa interlocução junto às igrejas”, afirma.
Confira a programação:
3° Encontro de Articulação das Ocupações Culturais do DF
15 de outubro - sábado
15h – Roda de conversa: diálogo sobre a diversidade e pluralidade de territórios culturais periféricos do DF.
17h30 – Sarau Livre, espaço aberto para mostra de artes e saberes.
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Edição: Flávia Quirino