No marco do centenário do nascimento de Darcy Ribeiro, em 26 de outubro de 1922, o pensamento e os reflexos de sua produção ainda têm influência até hoje nas estruturas do nosso país. Entenda cinco dicas sobre o seu pensamento e a atualidade de suas ideias:
Formação diferenciada: Darcy Ribeiro conseguiu explicar o Brasil como nenhum outro, o primeiro passo para entender seu caminho é compreendendo que o nosso país tem uma formação única, originando uma nova sociedade a partir de uma história marcada pela colonização portuguesa, pelas matrizes culturais e raciais diversas e pelas tradições originárias existentes.
Estrutura de sociedade: cada população e cada Nação têm a sua base social estruturada a partir da sua própria história. Darcy Ribeiro, explicando que o Brasil passou por um processo histórico único, demonstra que precisamos analisar o Brasil com uma ótica distinta e exclusiva sobre um país com uma etnia nacional nova comparada aos seus vizinhos, comparada aos seus colonizadores, e a qualquer outro povo presente no território.
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Povo Novo: o termo “povo novo”, já consegue orientar o pensamento de Darcy Ribeiro e comprova que o Brasil não é um povo europeu transplantado na América Latina, também não é um povo messiânico que mesmo com seus traços estéticos e costumes tradicionais tem uma colonização marcada pela influência católica. O que acontece é que essas fontes culturais da Estrutura de Sociedade que se formava originou um povo novo, o Povo Brasileiro.
Contradições: Darcy Ribeiro também contribui com a nossa análise, apresenta a história contraditória e brutal marcada na formação do Brasil, evidencia em suas letras e palavras uma história entre tentativas de “desindianização” e com um escravismo colonial que marca um novo modo de produção cultural e econômica, uma história marcada por guerras com raça e cor, uma história com vários brasis multiétnicos.
Miscigenação: a miscigenação na história do Brasil precisa ser visualizada como um processo ocorrido que marcou o surgimento de um povo novo e de uma maneira violenta e desumana. Portanto, é preciso ser analisada com bastante cuidado e seriedade porque foi nesse processo, em uma miscigenação forçada entre os homens europeus colonizadores, as mulheres indígenas e as mulheres negras escravizadas, que uma nova matriz cultural deu surgimento ao povo brasileiro.
Por fim, é de enfatizar que todo esse processo específico de formação na realidade brasileira, têm reflexos únicos e exclusivos à sociedade brasileira, conduzindo a um cotidiano que não deve ser comparado à nenhum outro Estado-Nação, mas deve ser analisado, refletido e observado sob um visão, uma perspectiva, originariamente única, originariamente brasileira.
*Gabriel Remus é estudante de Direito do IESB e militante do Levante Popular da Juventude
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato - DF.
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Edição: Flávia Quirino