A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) apresentou ao mundo, dentro da COP 27, um projeto de restauração do Cerrado com sementes nativas, envolvendo comunidades tradicionais da região. O projeto "Águas Cerratenses: semear para brotar" foi apresentado no 11º dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada no Egito.
“O projeto está ainda no seu primeiro ano de atividade. A proposta é ampliar a cadeia de produção de sementes nativas do cerrado de base comunitária usada pra restauração de propriedades rurais por meio da semeadura direta ou também conhecida como muvuca de sementes”, explicou Alba Cordeiro, coordenadora do projeto.
Após a apresentação, a coordenadora também participou de debate sobre os resultados e impactos do projeto, com participação de outros painelistas, em Sharm El-Sheik, no Egito, com discussões sobre a proteção dos diferentes biomas brasileiros.
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Executado em parceria com a Associação Cerrado de Pé (ACP) e Semeia Cerrado, o projeto visa o fortalecimento da cadeia de produção de sementes nativas de base comunitária para geração de renda familiar, bem como a sensibilização e envolvimento das propriedades rurais.
“Como estamos na década da restauração estabelecida pela ONU, a tendência é de que o mercado da restauração se expanda muito. Por isso, as organizações de base precisam estar preparadas pra estruturar cadeias de produção de insumos que sejam sustentáveis, inclusivas e economicamente justa. Nosso projeto pode ser um modelo para replicação no território do cerrado”, afirmou Alba.
Atualmente, 100 famílias de coletores atuam diretamente no projeto. “Com a demanda de restauração orientada no projeto nosso expectativa é de dobrar esse número”, completa a coordenadora.
A iniciativa busca restaurar cerca de 800 hectares de áreas degradadas do Cerrado até 2024.
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Edição: Flávia Quirino