Nos dias 19 e 20 de novembro acontece a nona edição do Motim, feira de quadrinhos e produções independentes, com exposições de mais de 90 artistas de todo o Brasil e da América Latina. O evento será realizado no Conic, Setor de diversões Sul de Brasília, das 11h às 19h no sábado, e até às 18h no domingo. A entrada é franca.
A feira é um convite para entrar em contato com o trabalho de mais de 90 artistas, oriundos de lugares diversos como Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Argentina e Distrito Federal. Serão expostos livros, quadrinhos, zines, gravuras, livros de artista, projetos gráficos experimentais, adesivos, discos, originais, objetos tridimensionais, bottons e muito mais.
“O foco da feira é em artes gráficas. Então a gente recebe gente que produz quadrinhos, ilustrações, pôsteres, gravuras, livros, literatura e livros experimentais, material produzido geralmente por pessoas que trabalham com o papel. Nosso foco é em gente que trabalha com papel. Isso não quer dizer que algumas pessoas não tenham itens de moda como a camiseta, produção de ecobags e alguns objetos tridimensionais. Dentro desse meio, tem muita gente que fabrica brinquedos colecionáveis tridimensionais, que também compõem parte da feira”, explica Leandro Mello, produtor, idealizador e feirante do Motim.
Ainda segundo o artista, a feira, que vinha sendo anual, acontece desde 2014, quando surgiu como forma de comemorar a reunião de 15 artistas que dividiam uma casa colaborativa. Em 2022, de forma inédita, acontecem duas edições do Motim, uma em maio, e outra neste final de semana de novembro. A feira começou com 30 expositores, e já chegou a ter mais 130 artistas participantes.
Dona Dora, artista plástica e arte educadora, fará sua terceira participação como expositora no Motim. Segundo ela, a feira é um ambiente de ricas trocas entre artistas e entre estes e o público. “Quem vai como consumidor, tem uma amostra da produção local, pode até se identificar com os produtos, e também vê produções de pessoas de outros estados e da América Latina. A gente que expõe, também conhece outras galeras, outros trampos, editoras e faz uma troca, o que é bem massa”, explica.
A artista produz pinturas e desenhos que surgem do contato com símbolos, a partir de registros de sonhos e de corpos e elementos que “ao serem selecionados, são utilizados como veículo expressivo e costumam resultar em material para exposição”.
Além disso, Dona Dora também faz quadrinhos, que seguem as temáticas da loucura, da euforia e do chifre, que é símbolo que marca o seu trabalho. “Mas também tem uma espécie de radar de captar recortes de absurdos, fofocas escutadas pela metade, e se eu rir ou alguma dessas coisas me chamar atenção vira quadrinho”, conta a artista plástica a respeito do seu processo de criação.
A quadrinista falou ainda da dificuldade de viver da arte no país. “Por ter processos de produção muito associados à forma de viver, acho que acaba se tornando desafiador encontrar uma rotina ou estilo de vida que permita que essa produção seja constante, eu nem vou falar de mercado e tal, mas essa preocupação com a necessidade/compromisso do artista com ele mesmo pesa bastante”, conta.
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Edição: Flávia Quirino