Após encontro realizado no último sábado (19), movimentos artísticos e culturais das periferias do Distrito Federal articulam a realização de um circuito de diálogos e encontros em diferentes territórios culturais do Distrito Federal para dialogar sobre as demandas e preservação de espaços culturais nas periferias.
O ReOcupa DF e Entorno foi criado após o IV Encontro de Articulação das Ocupações Culturais do DF, realizado no Batalhão das Artes, em Taguatinga (DF) no último fim de semana.
“Debatemos potências e demandas do Batalhão, além de estratégias e frentes de ação do movimento que nasce da necessidade de colocar a periferia no centro das decisões e fortalecer/construir uma rede de proteção, apoio mútuo e resistência”, enfatizou Gabriel Ribeiro Couto, membro da Campanha Despejo Zero DF.
De acordo com Luana Gomes, uma das organizadoras, “as ocupações culturais são pontos de cultura que resistem dentro das periferias do DF”.
Durante o encontro do último sábado, representantes e membros das ocupações tiveram a oportunidade de dialogar a respeito das principais demandas da classe, pluralidade e preservação dos espaços culturais, além da construção do manifesto desse movimento “para que juntos possamos somar forças para dar voz e visibilidade aos pontos de cultura que atuam de forma autônoma nas regiões administrativas há anos e são invisibilizadas pelo Estado”, afirmou Luana.
Outro ponto de destaque no IV Ocupas foram as demandas específicas do Batalhão das Artes. Localizado em uma área industrial de Taguatinga, o local enfrenta problemas urbanísticos, como ressalta, Dani Rueda, integrante da Ocupação Cultural Mercado Sul Vive. “O espaço necessita de obras de infraestrutura e segurança para que seja fortalecido, uma vez que, neste ano, o local também foi assaltado”, alertou.
A regularização fundiária de espaços ocupados por movimentos culturais e sociais é uma das preocupações do movimento, como a Casa de Referência Ieda Santos Delgado (Casa Ieda), no Guará II. Ponto de apoio para mulheres vítimas de violência doméstica, o local foi alvo de uma desocupação truculenta realizada pela Polícia Militar (PM) a mando do GDF nesta segunda (21).
:: Pertences retirados pela PM em ação violenta na Casa Ieda Delgado ainda não foram recuperados ::
Thaís Oliveira, uma das lideranças da Casa chegou a ser presa pela PM e levada para a delegacia, de onde foi liberada horas depois. “Queremos avançar nas políticas culturais, mas, ao mesmo tempo, avançar também na regularização fundiária dos territórios”, afirmou Dani Rueda.
Participação
Participaram do encontro do último sábado as seguintes ocupações culturais do DF: Grupo de Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília – Periférico (PPG-FAU/UnB), Mercado Sul Vive (Taguatinga), Coletivo RIA (Taguatinga), Espaço Cultural Moinho de Vento – Família Hip Hop (Santa Maria) Espaço Cultural Galpão do Riso, Espaço Semente (Gama), Movimento Cultural Super Nova (São Sebastião), Movimento Passe Livre do Distrito Federal e Entorno, Jovem de Expressão (Ceilândia), Imaginário Cultural (Samambaia), Brigadas Populares Distrito Federal, Casa de Cultura Carlos Marighella, Associação Cultural Encanto de Itapoã -ACEIP (Itapoã/Paranoá); além de parlamentares eleitos em 2022.
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Edição: Flávia Quirino