Um conhecido bar da Asa Norte, região central de Brasília, foi alvo de um atentado na madrugada de domingo (27). A Casa MimoBar, na 205 Norte, muito frequentada pelo público LGBTQIA+, foi alvo de tiros disparados por volta das 3h, conforme relatos de testemunha. No momento, o estabelecimento estava fechado e não havia clientes nem funcionários.
Em nota, o MimoBar classificou o incidente como "uma tentativa de intimidação e silenciamento extremamente agressiva". "Um carro parou ao lado da área de estacionamento do bar e pessoas ainda não identificadas dispararam quatro tiros em direção a nossa fachada, tendo as balas, de calibre 38 milímetros, sido encontradas na manhã do domingo", informaram os proprietários do bar, em nota pública. Os disparos atingiram barris de ferro utilizados como mesas.
O MimoBar é um reduto progressista de Brasília e, logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, no dia 30 de outubro, as ruas em frente ao local foram tomadas por apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Por causa do perfil do bar, ele foi relacionado entre outros estabelecimentos comerciais "deveriam ser boicotadas" por apoiadores da extrema-direita.
"São típicas de agora, e características do estado nazista em seu tempo, tentativas de intimidação em suas múltiplas formas. Ontem, uma lista promovendo boicote; hoje, um ataque a tiros. O que podem reservar para amanhã dentro desta lógica bárbara e covarde? O que ofende essa gente? Nossa alegria? Pois é contra a cultura do ódio que vamos continuar como espaço de resistência e abrigo caloroso de um público que sabe reconhecer o valor de uma vida democrática, socialmente justa e, sobretudo, facilitadora de uma cultura de paz", diz a nota divulgada pelo MimoBar.
O deputado distrital Fábio Félix (PSOL), que chegou a celebrar sua vitória, como parlamentar mais bem votado da história do Distrito Federal, na Casa MimoBar, comentou o episódio em postagem nas redes sociais. "Toda a minha solidariedade à equipe do Mimo bar! Lamento muito a escalada de violência que estamos vivendo. É intolerância e naturalização de ataques contra quem pensa diferente. Essas milícias fascistas que não aceitam o resultado das eleições devem ser severamente punidas!", escreveu.
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Edição: Flávia Quirino