Acontece nesta terça-feira (29), a partir das 19h, a Plenária das Mulheres CUTistas, com o tema “Por mais mulheres na política”. A atividade conta com a participação de Rosilene Corrêa, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), candidata ao Senado pelo DF e de Keka Bagno, ativista do movimento feminista e negro, candidata ao Governo pelo DF, o evento ocorrerá no Auditório da CUT (CONIC).
“Um dos caminhos para diminuir violências contra as mulheres é aumentar sua representatividade, inserir mulheres comprometidas com as pautas feministas e classistas nos espaços de poder e decisão. É preciso discutir paridade na política!”, explica a organização da plenária a respeito do objetivo do evento.
A conversa faz parte das atividades que estão sendo realizadas durante os 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que começou em 20 de novembro, dia da Consciência Negra, como forma de evidenciar a dupla vulnerabilidade das mulheres negras.
Thaísa Magalhães, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, explica que internacionalmente, a campanha de combate a violência contra as mulheres, lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU), começa no dia 25 de novembro, dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, e vai até o dia 10 de dezembro, que é o dia Internacional dos Direitos Humanos, somando, portanto, 16 dias. No Brasil, entretanto, os movimentos de mulheres organizadas decidiram começar a ação no dia 20.
“Ainda somos as que mais sofrem violência doméstica, assédio moral e sexual, que temos menor acesso à escolaridade, os mais baixos salários, os empregos mais precarizados, dentre várias disparidades oriundas da construção machista e racista do nosso país”, comentou Samantha Sousa, secretária de Combate ao Racismo da CUT-DF.
Durante esses 21 dias, estão sendo realizadas diversas ações e mobilizações relacionadas à pautas feministas e aos direitos humanos. Na última sexta-feira (25), por exemplo, a CUT-DF, em parceria com outros sindicatos e mulheres de movimentos da militância organizada em Brasília, promoveu panfletagem e diálogo com a população na Rodoviária do Plano Piloto. O objetivo da ação foi conversar sobre os tipos de violência contra a mulher e os canais de denúncia existentes. Foram distribuídos panfletos com as principais características que possibilitam identificar relacionamentos abusivos, para que eles não cheguem ao estágio absoluto do feminicídio. Mais de mil pessoas foram atingidas pela mobilização.
Violência
De acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP), foram registrados 9.333 casos de violência doméstica no Distrito Federal, de janeiro a julho de 2022. Ceilândia foi a Região Administrativa com maior registro do crime (1.198 casos), seguida de Planaltina e Samambaia, com 762 e 761 ocorrências, respectivamente.
“Existe uma dificuldade muito grande, numa sociedade onde as violências contra as mulheres são naturalizadas na lógica do ‘sempre foi assim’, ‘sempre vai ser assim que as coisas funcionam’, de as mulheres identificarem que estão sofrendo violência. Viver em um ambiente onde as pessoas gritam com elas, onde suas opiniões e escolhas são cerceadas, são sinais de relacionamentos abusivos que nunca começam com uma tentativa de assassinato, né? Sempre evoluem entre pequenas violências até se tornarem violências absolutas”, explicou Thaísa Magalhães a respeito da importância da conversa realizada com a população do DF.
Já no dia 1º de dezembro serão discutidas, no âmbito do movimento de saúde, estratégias de erradicação da disseminação da AIDS. Em 6 de dezembro, acontece o dia do Laço Branco, que propõe o envolvimento dos homens.
“Temos o entendimento de que a luta pela dignidade e o fim da violência contra as mulheres não é uma luta só das mulheres, é uma luta da sociedade e que os homens precisam se inserir nessa conscientização de outros homens”, explica a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF.
Por fim, no dia 10 de dezembro, dia Internacional dos Direitos Humanos e fim da campanha, serão abordadas pautas importantes para o movimento das mulheres. “As mulheres PcDs, as mulheres lésbicas, as mulheres trans terão espaço de debater, na sua perspectiva individual, violências que se somam ao machismo na sociedade brasileira”, conta Thaísa Magalhães.
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Edição: Flávia Quirino