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Estudantes convocam ato em frente ao MEC para defesa do orçamento da educação

Mobilização acontece em resposta ao confisco de R$17 milhões das contas da UnB

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Cortes afetam de forma incisiva a permanência dos estudantes na universidade. - Foto: André Ribeiro

Estudantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) UnB Honestino Guimarães convocam alunos, professores, técnicos e funcionários terceirizados para ato em defesa do orçamento da educação. A mobilização acontecerá na quinta-feira (8), às 16h, em frente ao Ministério da Educação (MEC) e é uma resposta da comunidade acadêmica diante dos cortes realizados pelo governo Bolsonaro nas contas da universidade.

Na última quinta-feira (1º), o governo federal fez um novo confisco nos orçamentos das universidades públicas, desta vez, bloqueando R$17 milhões das contas da Universidade de Brasília. Segundo a reitoria da instituição, o contingenciamento impossibilita o pagamento de auxílio estudantil e de contratos do Restaurante Universitário, da segurança, da manutenção e da limpeza dos prédios. Também não há recursos para pagar bolsas de pesquisas e salários de funcionários terceirizados. 

De acordo com Sofia Cartaxo, coordenadora do DCE e militante do Levante Popular da Juventude, os cortes afetam de forma incisiva a permanência dos estudantes na universidade e a continuidade de pesquisas e projetos com enorme impacto social desenvolvidos na UnB.

“A universidade, além de ser um lugar emancipatório para a nossa população, para a periferia, também é o meio pelo qual o país consegue continuar crescendo, o meio de sobrevivência de muita gente. Muitos estudantes que sempre sonharam em estar no ensino superior, estão agora graças à assistência estudantil. E a gente já tem relato de diversos alunos que estão passando fome, porque não conseguiram a assistência estudantil esse mês ou então que não estão conseguindo pagar as contas, não estão conseguindo pagar o aluguel. Muitos estudantes vêm de outros estados para poder estudar na UnB e as bolsas não estão caindo. Muitas pesquisas vão ser descontinuadas se não receberem o pagamento e a gente não vai conseguir nem terminar o semestre, porque a UnB não tem como pagar essas contas”, afirma Sofia Cartaxo. 

O novo corte de verbas aconteceu no mesmo dia em que o governo recuou e liberou os R$366 milhões que haviam sido bloqueados das contas das universidades na segunda-feira (28), durante jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.

"No caso da UnB, foram retirados R$ 2 milhões, durante o jogo do Brasil, enquanto estávamos fazendo remanejamentos internos para o pagamento da empresa de manutenção dos nossos edifícios. Não é o primeiro corte esse ano e esperamos que seja revertido", informou a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, na ocasião. 

Diante da pressão de organizações do movimento estudantil e outras entidades, a reversão desse contingenciamento veio. Entretanto, foi acompanhado, horas depois, por um novo bloqueio, que confiscou valores ainda mais elevados. 

“A UnB repudia veementemente essa situação e a herança calamitosa na Educação, Ciência e Tecnologia que o governo federal parece ter decidido deixar para o seu sucessor, em janeiro de 2023. A medida desconsidera, mais uma vez, que os principais atingidos pelos ataques às instituições públicas são as parcelas mais vulneráveis da sociedade brasileira. No caso das universidades, os mais afetados são os estudantes vulneráveis socioeconomicamente e os trabalhadores assalariados das empresas terceirizadas”, afirmou a reitoria em nota.

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Edição: Flávia Quirino