Após uma noite de atos violentos, que incluiu incêndio de ônibus e carros no centro de Brasília, além de depredações de patrimônio público, nenhum militante bolsonarista foi preso até o momento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) informou, na manhã desta terça-feira (13), que os atos de vandalismo praticados na noite de ontem (12) foram controlados pelas Polícia Militar ainda na madrugada, com reforço de tropas especializadas. A pasta destacou que os atos estão sendo apurados, mas admitiu que ninguém foi preso, o que é incomum quando se trata de manifestações violentas na capital.
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"Até o momento, não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos", informou. Diversos vídeos nas redes sociais mostram pessoas praticando atos flagrantes de violência. A maioria nem sequer esconde o rosto durante as ações. Ainda segundo a pasta, os policiais apenas atuaram para dispersar os manifestantes, sem detenções, para evitar "escalada ainda maior dos ânimos".
"A SSP/DF destaca que para redução dos danos e para evitar uma escalada ainda maior dos ânimos, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão dos manifestantes. Destacamos que o policiamento na área central e nas imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado têm policiamento reforçado".
Os atos violentos, registrados em vídeos que viralizaram nas redes sociais, mostram os criminosos ateando fogo em diversos ônibus e carros particulares. Por causa disso, no final da noite e início da madrugada, o transporte público chegou a ser suspenso. Trabalhadores que voltavam do serviço e estudantes universitários ficaram sem condições de retornar para casa.
O deputado distrital eleito, Max Maciel (Psol) questionou em uma rede social "se fossem estudantes protestando por passe livre ou professores protestando por salários melhores em quanto tempo a polícia teria reprimido com tiro, porrada e bomba?".
"Por que nenhum dos terroristas que provocaram o caos em Brasília não estão presos? Quem financia e está sendo cúmplice do golpismo? A democracia exige respostas!", também perguntou a deputada federal Érika Kokay (PT/DF) em uma rede social.
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Os extremistas também depredaram a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), de acordo com imagens e vídeos que circularam nas redes sociais. As ações de violência começaram na sede da Polícia Federal, no centro da capital, em protesto contra a prisão do cacique Tsererê Xavante, um dos líderes dos protestos golpistas no Distrito Federal, e que havia tido a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), justamente por promover ações antidemocráticas. Depois disso, se espalhou por outros pontos. Os vândalos são os mesmos que estão acampados há meses no Quartel-General do Exército, em Brasília, de onde pedem intervenção militar. Parte desses militantes de extrema-direita também esteve ontem no Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente da República. Eles chegaram e receber lanches enviados pela primeira-dama Michelle Bolsonaro. Muitos permanecem acampados no Alvorada.
Trânsito restrito
A Secretaria de Segurança Pública do DF informou ainda que toda área central da capital segue monitorada com apoio de câmeras de videomonitoramento e do serviço de inteligência. Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios segue restrito, com fechamento da via S1 a partir da via alça do Eixo Monumental a partir da alça da Rodoviária do Plano Piloto até a via L4. A via N1 está interditada a partir do acesso à via L2 até a L4. O acesso à via N1 pela N2, no Ministério da Economia, também está fechado. A recomendação da pasta é que os motoristas utilizem as vias S2 e N2, obedecendo à sinalização e orientação das autoridades de trânsito. O acesso à Praça dos Três Poderes também segue restrito.
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Edição: Flávia Quirino