Estudantes, funcionários e familiares se reuniram na tarde de terça-feira (20) em ato contra transfobia na Universidade de Brasília. A mobilização foi organizada em resposta a um caso de discriminação que aconteceu no banheiro do Restaurante Universitário na última quarta-feira (14). Na ocasião, uma aluna questionou a presença da estudante trans no banheiro e a ofendeu chamando-a por pronome masculino.
Após concentração no Ceubinho, onde houve confecção de cartazes e falas de representantes do movimentos estudantil e de estudantes trans da Universidade, manifestantes seguiram até a entrada do RU entoando “transfóbicos não passarão”.
De acordo com Yuri Silva, estudante trans e membro do coletivo UnB TTT, o simples ato de utilizar o banheiro é causa de grande ansiedade para as pessoas trans.
“A gente já teve outros movimentos para reivindicar banheiros neutros na Universidade. Foi uma pauta que foi velada pela diretoria da UnB e não foi levada em conta. A gente sabe que o simples ato de ir ao banheiro para nossa identidade de gênero é um ato que pode causar violência, seja física, seja verbal, seja mental. Não tem cota para pessoas trans, não tem banheiro para pessoas trans, o que a gente entende é que simplesmente a UnB não quer a gente dentro da UnB”, desabafa.
Segundo Sofia Cartaxo, coordenadora do DCE e militante do Levante Popular da Juventude, o Diretório Central do Estudantes já vem negociando com a Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS) a instalação de mais banheiros neutros na Universidade, que atualmente conta com dois.
Também estavam presentes na manifestação mães que integram a ONG Mães pela Diversidade, uma organização nacional de familiares de crianças, adolescentes e jovens LGBTQIA+ que busca dar acolhimento e apoio para essas pessoas.
De acordo com Mônica Monteiro, coordenadora do Mães pela Diversidade do DF e Entorno, a ONG estava presente no ato para apoiar o movimento das pessoas LGBTQIA+ da Universidade. “O uso do banheiro é um direito humano, é inaceitável que isso ainda aconteça em uma Universidade como essa, que é uma das maiores e melhores universidades do Brasil”, afirma.
“O que a gente não quer é que haja violência por causa de uma necessidade fisiológica. Com certeza as mulheres trans não representam nenhuma ameaça, nenhuma agressão à mulheres cis, pelo contrário, elas são vítimas de muita violência. E se elas forem usar o banheiro masculino, com certeza serão vítimas de violência. Então, é uma necessidade, enquanto não houver só banheiros neutros, que elas, além destes, também possam usar os banheiros do gênero com o qual elas se identificam”, protesta Adelaide Miranda, integrante do Mães pela Diversidade.
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Edição: Flávia Quirino