Estamos fortes e felizes como nunca! Dia 1º de janeiro nos veremos na posse de Lula!
O ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PT), disse em sua conta do Twitter: “Por que Bolsonaro e Mourão não querem passar a faixa ao Lula? Estão prevendo ou sabendo de algum atentado e querem por isso evitar suas presenças?”.
A pergunta feita no domingo de Natal ainda não tem resposta oficial, mas se mostra em meio a uma série de situações que parecem decifrar as indagações de Requião.
Por mais de 50 dias, o acampamento terrorista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, levantado por apoiadores de Bolsonaro – muitos deles armados –, se manteve intacto. Não fossem as chuvas, ventos fortes e até um raio que atingiram o local, nada os incomodaria.
Nenhum trator, nenhuma cavalaria; nada levou preocupação ao ato ilegal. Aliás, eles saíram ilesos mesmo depois de terem tentado invadir a sede da Polícia Federal, ateado fogo em carros de civis, ameaçado a explosão de um posto de gasolina próximo a um shopping e colocado botijões de gás em vias públicas no centro de Brasília.
Nenhuma palavra de Jair Bolsonaro sobre o caso que gerou pavor na sociedade do DF. Ele também não se manifestou sobre a ação terrorista de George Washington de Oliveira Sousa. Apoiador de Bolsonaro e integrante do acampamento em frente ao QG do Exército, o empresário do Pará tentou explodir uma bomba instalada em um caminhão próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
O Bolsonarista foi preso em flagrante por terrorismo após ser encontrado em um apartamento no Sudoeste que abrigava duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e cinco emulsões explosivas.
Em entrevista ao canal Uol, o professor da UERJ e escritor João Cezar de Castro Rocha afirma que “o silêncio do presidente (Bolsonaro) não é uma omissão. O silêncio do presidente é parte de uma ação orquestrada”.
Longe de coibir as ações ou mesmo orientar que seus seguidores não realizem atos terroristas, Bolsonaro, que se autointitula “o chefe supremo das Forças Armadas”, disse em seu primeiro pronunciamento após a derrota para Lula: “Quem decide o meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês, para onde vai a Câmara e o Senado são vocês também”.
Nesse 24 de dezembro, Bolsonaro chegou a visitar apoiadores acampados nos arredores do Setor Militar Urbano. No dia seguinte, Bolsonaro permitiu que uma das famílias de apoiadores que estava em frente ao Palácio da Alvorada entrasse na residência oficial.
O silêncio de Bolsonaro sobre os atos terroristas promovidos por seus apoiadores grita apoio incondicional às ações que querem instalar o medo, estratégia utilizada historicamente pela extrema direita, que tem como meta estabelecer o caos para seu espraiamento.
Um silêncio que coordena o fortalecimento de células terroristas e entoa a ordem de golpe. Um silêncio que foi engrossado pelo pronunciamento do vice-presidente, Hamilton Mourão, quando disse que não passaria a faixa presidencial à Lula, bem como já foi dito nos bastidores por Bolsonaro.
Não que as figuras de Bolsonaro ou Mourão façam falta na festa de posse de Lula. Jamais. Ali estaremos pessoas que acreditam em um futuro com democracia. Mas a ação é simbólica, e traduz o silêncio de Bolsonaro diante das ações terroristas de seus apoiadores.
Jair Bolsonaro não está preocupado com a ordem ou com a vida do povo brasileiro. Ele é macho ferido. Passou 30 anos no Congresso Nacional sem ter derrotas. Nunca soube o que é ser alvo do sistema; só conhece o privilégio. Em silêncio, ele aplaude e pavimenta o terrorismo feito em seu nome.
Esse silêncio será quebrado. Não pela voz enojante de Bolsonaro. Mas pelo grito de alegria e esperança de milhares de brasileiros e brasileiras de Norte a Sul do país que ocuparão o gramado da Esplanada dos Ministérios para ver um verdadeiro líder vestir a faixa presidencial.
Se eles pensam que irão nos calar, estão absolutamente enganados. Estamos fortes e felizes como nunca! Dia 1º de janeiro nos veremos na posse de Lula!
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*Ana Paula Cusinato é servidora pública federal e dirigente da CUT-DF
** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
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Edição: Flávia Quirino