Distrito Federal

terrorismo político

Presidente do Conselho de Educação do DF renuncia após estimular atos golpistas

Mário Sérgio Mafra entregou carta de desligamento após repúdio de instituições

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Em postagens nas redes sociais, Mário Sérgio Mafra defendeu a invasão dos prédios da República e a tomada do poder por vias golpistas - Divulgação/Sinpro-DF

O presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal, Mário Sérgio Mafra, renunciou ao mandato nesta segunda-feira (16) depois que vieram à tona publicações de cunho golpista em suas redes sociais, em que defende os atos terroristas do dia 8 de janeiro, que resultaram na destruição dos principais prédios da República. O caso foi inicialmente denunciado pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF).

Em uma das publicações, Mafra posta uma foto da invasão ao Congresso Nacional e escreve frases de apoio: "Temos que fazer isso!!! Fazer a terra tremer". Na mesma publicação, defende a tomada do poder por meio de golpe. "Agora podemos tomar o poder de quem não nos representa". 

Com a repercussão do seu posicionamento, Mafra apagou as publicações e tornou seu perfil privado, mas os registros das postagens foram preservados (veja na imagem abaixo). 


Postagem golpista de Mário Sérgio Mafra foi apagada de suas redes sociais após repercussão. / Reprodução

Na carta de renúncia entregue à secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, o agora ex-conselheiro tentou se desvencilhar de ter dado apoio ao ato golpista e antidemocrático, e defendeu a liberdade de expressão. "Vivemos em um país democrático, com liberdade de expressão e de pensamento, mesmo assim, infelizmente, muitos são os assediados moralmente por conta de seus posicionamentos. Todo cidadão brasileiro tem o direito de livre manifestação e liberdade de expressão, não devendo ser um 'post', em rede social PARTICULAR, considerado como um conflito com a cultura do órgão a que serve, nem tampouco caracterizado como participe de ato ao qual repudiou oficialmente", afirmou.

Repercussão

O golpismo de Mafra teve ampla repercussão entre entidades e instituições. Após manifestação do Sinpro-DF, um ofício conjunto emitido pela Universidade de Brasília e o Instituto Federal de Brasília, encaminhado à secretária de Educação, disse que Mafra havia perdido as condições de permanência no colegiado e pediu o desligamento dele do cargo.  

"Os atos antidemocráticos ocorridos no domingo (8/1/23), praticados por vândalos e terroristas contra as instituições da República e contra o patrimônio nacional, representam ataque a nossa democracia, o que é indefensável. Repudiamos e não compactuamos com quaisquer pessoas que tenham participado, direta ou indiretamente, desses atos criminosos contra o Brasil. (...) Manifestamos repulsa contra a atitude e o comportamento do senhor Mario Sergio Mafra, presidente desse importante colegiado, por ter participado dos atos contra a democracia brasileira. A autoridade máxima do Conselho de Educação deveria dar exemplo para as crianças e jovens do Distrito Federal, ao invés de atentar contra o país e depredar patrimônio público. Atos antidemocráticos não podem ser confundidos com liberdade de expressão. Atos antidemocráticos são crimes contra o país e seus autores devem ser investigados e responsabilizados no rigor da Lei", diz a manifestação.

Além disso, o Fórum Distrital de Educação, e o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Distrital, deputado Gabriel Magno (PT), também enviaram ofícios ao Governo do Distrito Federal solicitando que a indicação de Mário Sérgio Mafra como membro do conselho fosse revista.

"Não vamos tolerar que pessoas que atuem contra a democracia continuem impunes ou se mantenham em funções tão importantes para a Educação, como a que Mafra ocupava. Nosso mandato continuará atento na luta contra terroristas e golpistas", escreveu Gabriel Magno em postagem nas redes sociais.

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Edição: Flávia Quirino