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Aposentadoria no Brasil: podemos esperançar

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Reforma da Previdência foi elaborada na base da má-fé para retirar direitos e foi aprovada na base do tapetão por boa parte conservadora do Congresso Nacional. - Foto: Evaristo Sá / AFP
E sempre é bom lembrar o nosso lema: “Inativo é quem não luta!”

Dia 24 de janeiro, comemoramos o Dia da Aposentada e do Aposentado. Ano passado, escrevi um artigo em que elenquei vários retrocessos pós-golpe de Estado de 2016, quando a presidenta Dilma Rousseff, do PT, sofreu o impeachment. Esses retrocessos atingiram a classe trabalhadora e as aposentadas e os aposentados de todas as formas. Mais do que poder aquisitivo do nosso salário, perdemos direitos. Naquela ocasião, já se sentia no corpo e nos bolsos os efeitos da cruel Reforma da Previdência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A reforma foi elaborada na base da má-fé para retirar direitos e foi aprovada na base do tapetão por boa parte conservadora do Congresso Nacional. Com essa reforma, o segmento de aposentados(as) e pensionistas foi taxado duplamente no que diz respeito às alíquotas, pelo governador Ibaneis Rocha e parte também conservadora dos deputados distritais, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

No ano passado, não havia o que comemorar.

Com nossos salários reduzidos consideravelmente pela Reforma da Previdência, os direitos à qualidade de vida e à dignidade chegavam a ser impactados assustadoramente. Ainda havia pela frente a possibilidade de aprovação da PEC 32, da Reforma Administrativa, que atingiria mais uma vez as aposentadas, os aposentados e pensionistas do serviço público, caso fosse aprovada. Era urgente a necessidade de, no ano de eleições gerais, como foi 2022, colocar nosso projeto de governo para vencer, nas urnas, o governo das PECs das maldades.

Felizmente, o povo brasileiro disse não a esse e a todos os outros golpes e confirmou, por meio do voto, a volta de um governo democrático e popular, elegendo Luiz Inácio Lula da Silva a Presidente da República do Brasil e garantindo o retorno da democracia tão abalada e de um governo simpático aos direitos da classe trabalhadora. É sabido que o presidente, seus ministros, o Congresso e o povo brasileiro terão muito trabalho para reconstruir o Brasil. Afinal, a cada dia se descobre o quanto este País foi destruído e virou o que tantos chamam de “terra arrasada”, com os desmontes de Jair Bolsonaro e sua turma.

O Sinpro DF que, em tempos de ditadura, tanto lutou pelo Estado democrático de direito, reconhece a participação ativa dessa guerreira parcela da categoria na luta por um País mais justo. Não por acaso, prepara estudos e pesquisas para saber, cada vez mais, das suas reais necessidades e para buscar materializar políticas públicas no Governo do Distrito Federal (GDF) e no governo federal.

Não posso deixar de mencionar aqui que, em menos de um mês de governo, o presidente Lula já tomou iniciativas no sentido melhorar a Educação e as condições de trabalho e de vida de suas trabalhadoras e trabalhadores, quais sejam: apresentou a valorização do salário mínimo, atingindo, positivamente,  aposentadas e aposentados sem paridade; o MEC apresentou o reajuste do piso de quase 15% para a Educação; a PEC 32, que aterrorizava a classe trabalhadora, deve ser arquivada.

Isso não é o suficiente, mas já é um esperançar e um apontamento de  um novo tempo para que novas lutas sejam traçadas no sentido de garantir qualidade de vida, melhores salários, direito à cultura, ao lazer e serviços de qualidade na saúde da pessoa idosa.

Parabéns às aposentadas e aos aposentados!

E sempre é bom lembrar o nosso lema: “Inativo é quem não luta!”

*Elineide Rodrigues, professora aposentada da rede pública de ensino do DF e dirigente do Sinpro-DF.

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*Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato - DF.

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Edição: Flávia Quirino