Distrito Federal

Golpismo

Movimentos populares cobram por início de CPI dos atos antidemocráticos  

Deputados governistas resistem a um acordo com a esquerda e definição ficou para dia 7

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Extremistas depredaram os principais prédios públicos da Praça dos Três Poderes - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O atraso para o início do funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI) que vai apurar os Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa é alvo de críticas dos movimentos populares que atuam no Distrito Federal.

Na última quarta (1) foram definidos os membros para a comissão, mas os deputados aliados ao governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) se recusam a entrar num acordo com a oposição para a divisão dos cargos de protagonismo da CPI.

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Para Marco Baratto, da Direção Estadual do Movimento Sem Terra (MST) do Distrito Federal e Entorno, a CPI tem uma importância para além do papel de apuração e denúncia dos envolvidos.

“É preciso investigar os financiadores e os setores de interesse por trás desses atos terroristas para que todos sejam devidamente punidos”, destacou Baratto. O dirigente do MST aponta que setores do ruralismo contrários a reforma agrária financiaram os acampamentos golpista e tem ligações políticos da extrema direita que não querem a devida apuração do caso.

Já a advogada e militante do Levante Popular da Juventude no DF, Adda Luisa, diz que a CPI só deverá funcionar com muita pressão, mostrando como uma ação necessária e urgente contra os crimes cometidos pelos golpistas no dia 8 de janeiro.

“É inadmissível o ataque feito contra a democracia e o povo brasileiro, que elegeu Lula nas urnas e nas ruas” destacou ela. “O ocorrido escancarou a situação carcerária do DF e discrepância de tratamento entre pessoas brancas e negras, abrindo uma brecha para o debate fundamental sobre direitos humanos”, acrescentou.

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Comissão

Por meio de um acordo foi definido que a CPI dos Atos Antidemocráticos será composta por sete membros e sete titulares. Pelos blocos de oposição foram indicados o deputado distrital Chico Vigilante como titular e Gabriel Magno como suplente pelo PT e Fábio Felix como titular a deputada Dayse Amarílio pelo bloco PSOL/PSB.

O PT apresentou o primeiro requerimento para a abertura da investigação e por isso o partido quer a vaga na Presidência ou a relatoria da Comissão para o deputado Chico Vigilante. No entanto, os deputados governistas querem ocupar as duas vagas e por falta de acordo a definição foi adiada para a próxima terça-feira (7).

Os demais titulares da CPI são: Jaqueline Silva (Agir), Pastor Daniel de Castro (PP), Robério Negreiros (PSD), Hermeto (MDB) e Joaquim Roriz Neto (PL). E os suplentes Paula Belmonte (Cidadania), Pepa (PP), Martins Machado (Republicanos), Iolando (MDB) e Rossevelt Vilela (PL).

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Edição: Flávia Quirino