Os partidos de oposição seguem pressionando pela abertura do processo de impeachment contra governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), sobretudo após a divulgação de mensagens de celular em que o emedebista classificou a situação na Capital como tranquila na véspera dos atos antidemocráticos.
Ibaneis foi afastado no dia sequente aos atos do dia 8 de janeiro, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), por possível anuência com o ocorrido.
No mesmo dia do afastamento PSOL, Rede, PT, sindicatos e demais protocolaram um pedido de impeachment contra Ibaneis na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Esses partidos também propuseram uma CPI para investigar os atos antidemocráticos na CLDF, que já foi instalada e será presidida pelo deputado Chico Vigilante (PT).
Para um dos autores do pedido de impeachment, o deputado distrital Fábio Félix (PSOL) as mensagens divulgadas mostram um nível de “negligência” e “falta de engajamento” do então chefe do Executivo. “As mensagens aparentam que o governador e parte do governo menosprezaram o tamanho da ação violenta do dia 8 de janeiro e não houve engajamento do gabinete do governador proporcional ao tamanho da crise” acrescentou Fabio.
:: Primeira reunião da CPI que investiga os atos golpistas acontecerá na próxima terça-feira (14) ::
O líder da oposição na CLDF, Gabriel Magno (PT), chama atenção para o ato do governador de nomear ex-ministro bolsonarista Anderson Torres para a Segurança Pública, depois do mesmo ter sido leniente com os acampamentos golpistas e a tentava de invasão do prédio da Polícia Federal no DF em 12 de dezembro.
“O afastamento foi uma decisão acertada tomada pela Justiça num momento de grave crise provocada pelos atos terroristas do dia 8 e por toda a permissividade demonstrada” completou o petista.
Governo do DF
Com o afastamento de Ibaneis assumiu o governo a vice-governadora Celina Leal (PP), que tem um perfil de muita proximidade com o governador e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após um mês de intervenção federal na segurança pública, implementada pelo presidente Lula (PT) no dia dos atos, Ricardo Cappelli voltou ao Ministério da Justiça e a governadora nomeou Sandro Avelar para o cargo.
De acordo com a professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (Ipol/UnB), Michelle Fernandez, o afastamento de Ibaneis e a entrada de Celina não alterou muito o funcionamento do governo do DF. “Aparentemente as políticas publicas no DF vêm funcionando como vinham, numa certa normalidade” disse Michelle, acrescentando que “a governadora vem executando aquilo que vinha sendo planejado por essa atual gestão”.
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Edição: Flávia Quirino