Um debate realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal na tarde desta quinta-feira (16) discutiu os prejuízos decorrentes dos ataques do dia 8 de janeiro em Brasília. O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), Leandro Grass, informou que ainda não é possível falar em valores dos estragos, mas o órgão fez um relatório preliminar com fotografias e descrições dos danos que foi entregue a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e as instituições atacadas pelos golpistas. Ele apresentou imagens da destruição que constam no relatório do Iphan.
“O ataque que foi feito não foi apenas ao patrimônio nacional, foi ao patrimônio mundial e além de tratar de uma tentativa de golpe de Estado e por essa razão acabou despertando a atenção de vários organismos internacionais”, disse o presidente do Iphan. Segundo ele, o órgão está desenhando um “circuito de memória” num trabalho de conscientizar a sociedade sobre eventos como o 8 de janeiro e outros traumas da sociedade brasileira como escravidão, ditadura militar e dizimação dos povos indígenas.
“Esses ataques são também ataques à civilização e por isso o patrimônio deveria ser protegido. Então é grave a postura de determinados agentes por omissão ou por ação que permitiram ou provocaram o que assistimos” destacou Leandro Grass, que é ex-deputado distrital e foi candidato ao Governo do Distrito Federal nas Eleições de 2022. “Fracassaram, pois tivemos vidros quebrados, mesas riscadas, mas a democracia está de pé e as instituições continuam funcionando” acrescentou.
O deputado Fábio Felix foi quem coordenou a Comissão Geral em que ocorreu o debate. Segundo ele, é importante realizar os cálculos dos danos ao patrimônio para se ter uma dimensão material da nocividade dos ataques.
“Precisamos chegar aos financiadores, às autoridades e a todas as pessoas envolvidas nessa trama golpista para que paguem pelos ataques à Democracia e pelos prejuízos causados ao nosso patrimônio público, histórico e cultural”, defendeu o deputado, que também integra a CPI dos Atos Antidemocráticos que acontece na CLDF.
Também participaram da mesa de debate o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do DF, Luiz Sarmento; a ex-deputada distrital Arlete Sampaio; os servidores da Câmara dos Deputados o arquiteto Luiz Macedo e a diretora de Preservação de Conteúdos Informacionais Gilcy Rodrigues Azevedo.
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Edição: Flávia Quirino