A madrugada desta quinta-feira (2) foi marcada pela brutalidade de dois feminicídios e uma tentativa de feminicídio em diferentes regiões do Distrito Federal.
Até agora, o DF já registrou 8 feminicídios em 2023, mais que o dobro do mesmo período no ano passado. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), de janeiro a março de 2022, foram registradas três ocorrências.
“Assustador e doloroso o dia de hoje para as mulheres do DF, foram dois feminicídios em um só dia. Duas vidas ceifadas cruelmente pelo único fato de serem mulheres. Sempre que uma se vai, morre um pedaço de nós! Nos queremos vivas e livres. Minha solidariedade aos familiares”, comentou a deputada federal Erika Kokay (PT).
A tentativa de feminicídio aconteceu em Riacho Fundo, onde a vítima foi atropelada pelo ex-marido. Outra mulher foi assassinada em casa, em Taguatinga. A vítima mais jovem, de apenas 18 anos, foi assassinada em Riacho Fundo 2. Segundo a Polícia Civil do DF (PC-DF) todos os suspeitos foram presos.
Mês de luta
A alta ocorrência de feminicídios na primeira semana de março, mês do dia internacional das mulheres, escancara a urgência do debate sobre a violência contra as mulheres no DF.
“Precisamos de um levante contra o feminicídio e a violência que se agravou no governo fascista com o uso de armas. Entramos no mês de março com muita luta. Chega de impunidade!”, afirmou o deputado distrital Gabriel Magno (PT).
De acordo com a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães, o governo do DF tem sido omisso e inoperante diante desse cenário violento.
“Nos últimos dois anos o DF entrou no ranking, liderando entre as unidades da Federação com o maior número de feminicídios em proporção com o número de habitantes. A Secretaria da Mulher do GDF teve verba, desde 2020 foi aprovada a construção de quatro Casas da Mulher Brasileira no DF, que deveriam ter sido entregues no ano passado, mas nenhuma delas foi inaugurada. A única que existe no DF, reaberta ano passado na Ceilândia, não oferece a rede integrada de assistência à mulher e aos filhos”, explica.
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Marcha das Mulheres TaguaCei
A programação do 8M no DF e Entorno começa neste sábado (4), com a segunda edição da Marcha das Mulheres TaguaCei que inicia às 8 horas.
Ceilândia foi a região administrativa do DF que registrou o maior número de feminicídios no ano passado, com 4 ocorrências. Em seguida, figura Taguatinga, com 3 casos de feminicídios. Ao total, a SSP-DF computou 64 tentativas e 17 crimes consumados em 2022.
“Estamos realizando a segunda edição da Marcha das Mulheres TaguaCei pela necessidade de dialogar com as mulheres negras periféricas, que vivem onde acontecem os maiores índices de casos de feminicídio. Então, é por isso que a gente vê a importância do 8M DF ter essa expansão para as regiões administrativas”, explica Aline Karina, uma das organizadoras da Marcha e integrante do Coletivo de Mulheres Negras Baobá.
A concentração para o ato será a partir das 8 horas, no estacionamento do TaguaCenter (CNG 02). De lá, a caminhada segue em sentido ao centro de Ceilândia, finalizando na Feira da Ceilândia. A Marcha será acompanhada por uma carreata.
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Edição: Flávia Quirino