Com o apoio da metade dos deputados distritais, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta terça-feira (21) uma moção de repúdio ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG) por discurso transfóbico proferido em 8 de março na tribuna da Câmara. Foram 12 votos favoráveis e sete contrários na CLDF, em uma votação. A matéria desagradou os deputados de direita e quase foi retirada de pauta, mas acabou sendo analisada em separado das demais moções.
O autor da moção de repúdio, deputado Fábio Felix (PSOL) destacou que comportamentos como o de Nikolas Ferreira acabam por estimular o ódio a um segmento de mulheres em situação de vulnerabilidade extrema.
“Nosso repúdio não é à liberdade de expressão ou à imunidade parlamentar. Existe método para tudo: não dá para desqualificar um segmento que já é tão discriminado”, argumentou Felix.
Já a deputada Dayse Amarilio (PSB) lembrou, emocionada, que as pessoas trans estão morrendo vítimas de violência. “Uma das coisas que me trouxe para a política é a dor. Temos o dever, como representantes da população, por termos voz, a ter cuidado com o que falamos, com o que podemos incitar”, completou Deyse,
“Uma coisa é alguém falar algo que pode depois ser corrigido, outra coisa é a pessoa usar de seu papel público e levar uma peruca para o plenário, de forma deliberadamente planejada”, disse o deputado Max Maciel (Psol). Favorável à moção de repúdio, o deputado Chico Vigilante (PT) defendeu que o comportamento de Nikolas Ferreira “não tem nada a ver com religião ou com o pensamento da direita”.
Os deputados distritais Roosevelt Vilela (PL), Thiago Manzoni (PL) e o Pastor Daniel de Castro (PP) foram alguns dos contrários à moção e usaram o espaço para defender o parlamentar mineiro.
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Edição: Flávia Quirino