Nesta semana o governador Ibaneis Rocha assinou o Projeto de Lei 237/2023, que configura o reajuste de 18% sobre o vencimento básico dos servidores públicos do quadro geral do Distrito Federal, dividido em três parcelas anuais e sucessivas, a partir de 1º de julho de 2023.
No entanto, de acordo com o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro), o projeto é prejudicial à categoria que não possui reajuste salarial há oito anos. Para Letícia Montadon, coordenadora de imprensa do Sinpro-DF, a proposta não atende a categoria.
“Havia uma construção sendo feita desde 2022, com levantamentos de impactos financeiros, com proposta de incorporação de gratificação, mudanças na reestruturação no plano de carreira no qual a proposta do Ibaneis desconsidera essa construção e o reajuste de 18% linear não vai atender a categoria porque é uma categoria que está há 8 anos sem reajuste, com salários super defasados”, falou.
O deputado Gabriel Magno explica que o reajuste de 18% não cobre a perda inflacionária de 2023 e nem os oito anos de congelamento salarial da categoria.
“Não serão 18% de reajuste como o GDF está anunciando. São só 6% de aumento porque a proposta é parcelar em três anos. A inflação prevista para este ano é de 6%. Então, a proposta não cobre nem a perda inflacionária de 2023, quanto mais os anos de congelamento salarial, que levou algumas categorias, como os profissionais de ensino, acumular perdas de 47% sobre seus vencimentos. Isso é um absurdo”, explica.
Além disso, na mesma semana o governador Ibaneis Rocha também assinou o Projeto de Lei 238/2023 que prevê um reajuste de 25% do próprio salário e também da vice-governadora, Celina Leão (PP), dos secretários e administradores regionais.
“Vamos manter a mobilização juntos com os servidores e vamos continuar colocando o nosso mandato à disposição dos trabalhadores e trabalhadoras para buscar meios de fazer justiça. O parcelamento em três anos revela, mais uma vez, a falta de diálogo do governo com as categorias. Enquanto isso, o governador pleiteia o reajuste do próprio salário em 25% para ser pago já em abril”, afirma Gabriel Magno.
Letícia afirma que a luta vai continuar e que o GDF necessita ouvir a categoria dos professores.
“O diálogo com o poder público está sendo bem complicado, a gente teve pouquíssimas reuniões com o Ibaneis e tivemos algumas com a vice governadora Celina Leão mediadas por deputados e parlamentares, a pedido da Comissão de Negociação do Sinpro mas o diálogo precisa melhorar pois não está acontecendo da forma que necessita ter. A luta vai continuar no sentido de que o governador precisa ouvir a representação dos professores, porque nós temos uma construção de um plano, da reestruturação do nosso plano de carreira que atenderia a demanda da categoria e seria algo possível de ser feito”, conclui.
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Edição: Flávia Quirino