Nesta segunda-feira (03), funcionários da Neoenergia Brasília foram pegos de surpresa com o anúncio, por meio de um e-mail, de demissão de 66 trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF), o e-mail foi rapidamente cancelado e trata-se de uma “medida absurda e totalmente injustificável”.
Em 2020, a Neoenergia, empresa de distribuição de energia elétrica, adquiriu por meio de leilão a Companhia Energética de Brasília (CEB) pelo valor de R$2,5 bilhões. Já em 2021, no aniversário da cidade, a CEB passou a se chamar Neoenergia Distribuição Brasília. Em abril do ano passado, o STIU-DF denunciava as demissões em massa que estariam ocorrendo na empresa.
João Carlos Dias, diretor do Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF), afirmou que não há motivos para essas demissões e que a empresa tem lucrado cada vez mais.
“Hoje é um dia triste, para os empregados da Neoenergia Brasília e principalmente para os remanescentes da CEB Distribuição, empresa pública e estatal do Distrito Federal que foi privatizada em março de 2021. A gente não vê nenhum motivo, nenhuma justificativa para dar suporte ou para estabelecer alguma lógica para essas demissões. Uma empresa que vem tendo resultados expressivos, não só a empresa aqui do Distrito Federal, a Neoenergia Distribuição Brasília, mas o grupo de energia no país lucrou em 2022, quase 2 bilhões de reais. Então assim, é um grupo, uma empresa que tem seguido resultados expressivos, em Brasília a mesma coisa porque no ano passado ela teve um lucro de 91 milhões e agora pulou para 151 milhões. Então qual é a justificativa? Não tem nenhuma do ponto de vista de produção, de resultado, de metas, de indicadores”, disse.
Ele também relembrou a situação parecida que ocorreu no mesmo período do ano passado e explica de que forma essas demissões afetam os trabalhadores.
“É importante também registrar que entre esses demitidos nós já tivemos confirmação de empregados faltando um ano ou dois anos para se aposentar, pouco mais de um ano para se aposentar, pessoas com deficiência. Isso já tinha acontecido em abril do ano passado e agora a mesma coisa, pessoas com deficiência, pessoas próximas de se aposentar sendo demitidas dessa forma que a gente não compreende, no sentido totalmente ilógico. A CEB tinha 820 trabalhadores quando foi privatizada em 2021. E aí desses 820 permaneceram até o mês de fevereiro e março, apenas 420. Ou seja, saíram 400 trabalhadores, a maioria em PDVs, que a Neoenergia fez. Mas é aquele PDV que o empregado sai por medo, por temor de ser demitido, de ser desligado de forma injusta, de ter um rompimento de contrato de forma abrupta”, explica.
Como medida para enfrentar as demissões, João Carlos Dias comenta que o Sindicato continuará lutando a favor dos trabalhadores.
“Nós vamos continuar a luta em defesa do emprego, em defesa da dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras da Neoenergia Brasilia e em específico relacionado aos trabalhadores públicos da CEB distribuição privatizada, a nossa luta vai continuar pelo aproveitamento desses trabalhadores, são trabalhadores que passaram em concurso público e que foram praticamente vendidos com a empresa em março de 2021 e agora estão sendo demitidos de forma injusta. Essa luta vai continuar, não vai faltar esforço do sindicato nesse sentido”, conclui.
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Edição: Flávia Quirino