A possível instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro no Congresso Nacional não deve alterar os trabalhos de investigação da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Essa foi a avaliação do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na CLDF, deputado Chico Vigilante (PT).
“Vamos continuar com o mesmo ritmo que estávamos antes e fazendo o trabalha que tem que ser feito”, destacou o presidente da CPI na CLDF, ao confirmar a agenda desta semana. Na próxima quinta-feira (27) está previsto o depoimento do empresário Adauto Lúcio de Mesquita, que é investigado por apoiar financeiramente o acampamento golpista em frente ao Quartel General do Exército.
:: Pacheco confirma instalação de CPMI dos Atos Antidemocráticos e governo já articula integrantes ::
O deputado Chico Vigilante lembrou que a CPI dos Atos Antidemocráticos foi instaurada para investigar, sobretudo, a responsabilidade da cúpula da Segurança do DF com os acontecimentos. “Fala-se muito da instalação dessa CPMI, mas ela não altera nada nosso calendário aqui na Câmara [CLDF]” assegurou Vigilante, acrescentando que “temos a responsabilidade de investigar a cúpula da Segurança do DF”.
General Heleno
No dia 19 de abril estava previsto o depoimento do general Augusto Heleno – titular do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro. Apesar de inicialmente confirmar presença o general Heleno não foi a oitiva. De acordo com Chico Vigilante o ex-ministro disse ter sido orientado a não comparecer à CPI “para não colocar mais gasolina”.
O presidente da CPI informou que será votado pelo colegiado da Comissão uma convocação para que o general Heleno compareça a oitiva na CLDF. “Precisamos ouvi-lo e por isso vamos aprovar uma convocação” avisou Vigilante. O requerimento para o convite de Heleno havia sido proposto por Fábio Félix (PSOL), que é titular da CPI.
Demais depoimentos
No dia 13 de abril a CPI da CLDF ouviu Joveci Xavier, que é sócio de Adauto Mesquita e investido por financiar os acampamentos golpista. Na ocasião, Mesquita tentou negar seu envolvimento e chegou a dizer que não participava das atividades, mas foi desmentido por fotos suas publicadas nas redes sociais em frente ao Quartel General do Exército e na Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
Já foram ouvidos o ex-secretário de Segurança Pública Júlio de Souza Danilo, o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime, o ex-secretário Executivo da SSP/DF Fernando de Sousa Oliveira, a ex-subsecretária de Inteligência da SSP/DF Marília Ferreira Alencar e o tenente-coronel da Polícia Militar Jorge Henrique da Silva Pinto. O ex-secretário Anderson Torres já foi convocado, mas por estar preso suspeito de colaboração com os atos não pode ser conduzido coercitivamente e até o momento não aceitou participar de uma oitiva da CPI.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::
Edição: Flávia Quirino