Distrito Federal

GREVE DA EDUCAÇÃO

GDF pede à Justiça para dobrar o valor da multa da greve dos professores

Além disso, Secretaria de Educação do DF anunciou corte do ponto dos educadores que aderirem à greve

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Reunião de negociação da categoria com o GDF ocorre nesta quarta (24) - SINPRO-DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) solicitou, na segunda-feira (22), ao Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) para dobrar o valor da multa à greve dos professores e orientadores do DF. Inicialmente estabelecida em R$300 mil, a multa passaria então a ser de R$ 600 mil.

Além disso, o governador Ibaneis Rocha (MDB) solicitou também o bloqueio de mais de R$ 3 milhões referentes à contribuição sindical feita pela Secretaria de Educação ao Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF) para garantir o pagamento da multa.

Na justificativa da Procuradoria-Geral do DF (PGDF), a postura da categoria e do Sindicato tem sido “afrontosa” e tem causado “inestimáveis prejuízos à população”. A greve já acontece desde o dia 04 de maio.

Já nesta terça-feira (23) a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) anunciou o corte do ponto dos professores e educadores que aderirem à greve, com desconto do auxílio-alimentação e auxílio-transporte. A Secretaria justificou que a decisão não foi aplicada antes pois acreditava-se no consenso dos professores com o GDF.

O Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF) considera as ações como uma demonstração de truculência e autoritarismo. Em nota, o Sindicato afirmou que "todas essas iniciativas mostram que o governo de Ibaneis Rocha não respeita o direito de greve e se movimenta para não ter que negociar. Foi a greve que fez com que o governo, finalmente, negociasse com a categoria e apresentasse uma proposta. O Comando de Greve dos professores(as) e orientadores(as) educacionais já afirmou e reafirma que quem decide o fim da greve é a categoria em suas assembleias”.

A próxima reunião da comissão de negociação com o GDF acontece nesta quarta-feira (24) e a assembleia geral está marcada para quinta (25), às 9h30. O calendário da greve se mantém com piquetes nas cidades, ação de mobilização nas cidades (feiras e comércios) e assembleias regionais.

:: Professores querem equiparação salarial com outras carreiras do serviço público do GDF ::

De acordo com ranking da média do vencimento básico inicial das 39 carreiras de servidores públicos do DF, que demandam Ensino Superior, a carreira do magistério público, composta por professores e pedagogos, ocupa a 36º posição, enquanto assistência à educação ocupa o 38º lugar. 

Além dos salários congelados há oito anos, categoria também justifica a greve com turmas superlotadas, desmonte da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e do ensino especial, atrasos no repasse do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (PDAF) e comprometimento das atividades pedagógicas por falta de estrutura e de pessoal.

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Edição: Flávia Quirino