Em assembleia geral nesta segunda-feira (29), os servidores técnicos-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram greve em razão da decisão do ministro Gilmar Mendes de cassar a liminar que garantia o pagamento da Referência Padrão (URP) da categoria
De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SINTFUB), Edmílson Lima, a paralisação deve começar na sexta-feira (2), mas a mobilização para o movimento já iniciou.
“De hoje até sexta-feira, nós vamos fazer reunião do comando de mobilização todo dia pra gente começar a passar nas salas de aula e explicar para os estudantes porquê nós estamos em greve”, informou Lima.
Segundo ele será importante o trabalho de articulando que já vem sendo feito com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) e os atores do Judiciário, do Governo Federal e do Legislativo. “É difícil depois de mais de trinta anos a gente está batendo na mesma tecla que é o direito do servidor ter dignidade pra suas necessidades básicas, construir sua família, pagar suas contas”, afirmou Edmílson Lima sobre a decisão que deve retirar mais de 1/4 dos valores recebidos pelos servidores técnicos-administrativos da UnB.
Lima ressaltou ainda a necessidade de as discussões sobre a greve acontecerem de forma coletiva. “Então, a luta é a partir de hoje, com greve”.
A deputada federal pelo DF Erika Kokay (PT) também esteve na reunião com os servidores para apoiar a decisão da categoria e criticou o ministro Gilmar Mendes pela decisão que retira parte dos salários dos técnicos-administrativos. “Não se pode tirar mais de 26% dos salários. É preciso que se diga que são os técnicos que mantém essa universidade funcionando e muitas vezes são invisibilizados, mas a partir do momento que vocês cruzem os braços, aí vão se perceber que sem vocês essa universidade não funciona”, afirmou a deputada.
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URP dos técnicos-administrativos
Na última quarta-feira (24) a Universidade de Brasília informou que tomou conhecimento da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de cassar a liminar MS 28819/DF, que garantia o pagamento da Referência Padrão (URP) aos servidores e servidoras técnicos-administrativos da ativa e aposentados da instituição. URP é pago há mais de 30 anos à categoria, sendo um acréscimo de 26% sobre os salários de mais de 5 mil servidores da UnB.
A UNB informou que o cumprimento da decisão pela Universidade de Brasília depende de parecer da Advocacia Geral da União (AGU), que encaminhará para a Universidade parecer específico, denominado parecer de força executória. Assim, o salário referente ao mês de maio dos servidores da UnB deverá manter a parcela da URP.
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Edição: Flávia Quirino